sexta-feira, 15 de março de 2013

JUSTIÇA?



Acabo de ler, em rodapé de programa televisivo, que o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol tinha sentenciado manter o Clube do Porto na Taça da Liga. Apesar de remotamente se poder admitir tal possibilidade, constatada á luz de muitos outros indicadores nesse sentido, a minha indignação não deixou de ser, por via disso, menos repulsiva, tal a desvergonha desse miserável acto. Trata-se mesmo de um insulto a todas aqueles que prezam a rectidão das suas consciências. Como se torna tudo isto possível? Como se ousa falar sequer em Justiça quando um clube que tem praticado todo o género de irregularidades e atropelos ás leis e regulamentos, que usa de todos os meios fraudulentos e pouco éticos para atingir os seus fins, tanto ele como os seus mentores, se pavoneia insolentemente numa absoluta impunidade e numa descarada excepção? Que mente, que corrompe, que distorce arrogantemente todas as regras fundamentais que noutros são aplicadas muitas vezes com excessivo zelo e rigor, em situações totalmente semelhantes? O conceito de Justiça tem um cunho sagrado, mesmo uma inerência divina e não pode ser manipulado por palhaços travestidos de juízes. Tenho interiorizado que, perante estes desmandos justiceiros, se essa odiosa agremiação levasse, por muito bem o entender, metralhadoras para dentro de um campo de futebol para, dessa forma, ganhar um jogo, poucas dúvidas me restariam de que este arremedo de conselho de justiça haveria de aplicar uma violenta sanção precisamente ás vítimas dessa monstruosa agressão como, aliás, já tem feito em muitos outros e variados casos. 
Mal vai a santidade e a transcendência  da Justiça quando esta tem medo, se acobarda ou manifesta condescendente tendência para com o criminoso. Parece-me e fica bem claro que, se tivesse sido qualquer outro Clube de futebol, que não este do Freixo, a cometer o mesmo e grosseiro erro, a sentença seria evidentemente a oposta á que agora foi aplicada, como é bom de constatar pois isso já aconteceu, estando sempre envolvida esta indecorosa Agremiação: caso do Boavista que desceu de divisão pela mesmíssima infracção e o Clube de Braga, ipsis factis. 
Porém, a maior ignomínia que daqui resulta, ainda é a forma como tudo é feito, sem pudor, com escárnio, com achincalho, á descarada!