quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

LEGENDAS DE GLÓRIA

Estive ontem a ver na BTV o programa "Vitórias e Património" sobre o nascimento do Benfica e no capítulo da legenda do seu emblema, "e pluribus unum", verifico que o seu significado não é aquele que já se encontra aceite e entendido de uma forma consensual e definitiva como querendo dizer "um por todos e todos por um": nada disso, não tem nada a ver. Sempre reparei nesse erro e, perdoem-me os meus amigos benfiquistas, mas entendo que será este o momento de manifestar o meu desacordo e a minha opinião sobre o assunto. Este é também o lema nacional dos Estados Unidos e traduzido á letra quer dizer: com muitos se faz um só! Subentende uma ideia de união e não de entre-ajuda, se bem que em casos desta natureza existe sempre uma ajuda comum no sentido do engrandecimento da Entidade que resultou dessa União. Não pretendo dar lições a ninguém nem construir qualquer tese mas, quem souber latim ou tiver um curso do mesmo, logo dá pelo erro e pela divergência, porque se trata apenas de uma tradução mal feita da referida locução. 
O Latim é uma língua considerada morta por já não ter expressão falada em nenhum povo do mundo e deu origem ás chamadas línguas latinas, como o nosso português, o castelhano, o francês, o italiano e mais algumas; língua muito bela, faz parte dessa beleza a particularidade da "construção" das suas frases, onde muitas vezes o sujeito aparece no fim do parágrafo, outras no meio, o predicado em algum lugar desfasado, os complementos muito baralhados ao longo do texto e que o parecem tornar ininteligível. Ora, uma das acções mais primordiais - e bem difíceis - para se fazer uma boa tradução de textos latinos consiste em organizar a chamada "construção" de forma a colocar as palavras na devida ordem da sintaxe gramatical tornando-as, por assim dizer, muito mais a jeito de facilitar a tarefa. 
E assim, vejamos: examinemos então, uma por uma, estas três palavras da legenda inscrita no nosso emblema: o e, (que se lê mesmo ê e não i, como em português) é a apócope de ex, uma preposição que indica proveniência, a partir de, e pede o caso ablativo, daí o pluribus, ablativo plural do adjectivo plus cujo significado se entende por muitos, muita gente, multidão. Unum pois, é o género neutro de unus, nome latino da unidade e, como todos sabem, também significativo de único. Tudo isto indica que a Instituição Benfica é constituída por uma multidão de gente, o povo, e que todos unidos devem agir e trabalhar no sentido de a tornar grandiosa e única, como tem vindo a acontecer. Portanto e posta a locução na sua ordem traduzível, teríamos - Unum e pluribus, desta forma muito mais simples de entender; como fica claro, um só, proveniente de muitos; um único, saído duma multidão.
Como se pode verificar, isto não tem nada a ver com o conceito, a meu ver errado, (quanto á filologia, entenda-se) com a também célebre e gloriosa legenda dos mosqueteiros; um por todos e todos por um, a qual se poderia retroverter, mais ou menos, da seguinte forma;- pro omnibus unum, omnes pro uno.
Mas perdoem-me os meus amigos benfiquistas esta minha interpretação, assente na verdade, não fiquem preocupados e descansem que a tradução correcta da nossa divisa em nada deslustra ou apouca o nosso grandioso Benfica, nem vai alterar nada na sua gloriosa história. Qualquer dos conceitos seguidos é lindo, denota magnificência e glória, se pode aplicar e fica bem na génese do nosso Clube. 
Fazendo um grosseiro paralelismo com o conhecido filme "Duelo Imortal" fica intrínseca a noção dessa legenda; a de que só pode existir um único imortal, asserção que se justapõe ao nosso Benfica com absoluta propriedade. Porque só o Benfica pode ser - e é - o Maior, o mais Belo, o único Imortal. 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

BALADA DO MEU NATAL




Já por mim foram passando muitos Natais, em épocas mais felizes uns, outros nas mais atribuladas, mas todos eles com o seu espírito de amor e paz, rudes, genuínos e humildes. Poderia estar para aqui a recordar muitos deles mas hoje só vou lembrar o Natal de quando eu era pequenino, da minha infância, da minha mocidade, de quando ia descalço para a escola, em dias de geada e frio, porque achávamos giro tirar os tamancos com solas de pau de amieiro cardadas com tacholas. Foram Natais emblemáticos pela magia que irradiavam, Natais onde faltava tudo num tempo de guerra mundial e de extrema penúria em todos os povos. Ninguém tinha nada e todos tinham tudo porque se repartia por todos os vizinhos, com alegria e bondade, o pouco que havia.
No canto da  sala da casa de meus pais era armado um singelo presépio, uma cabana tosca feita de gravatos e palha metida no meio de pedras cobertas de musgo e onde estava deitado um Menino Jesus de barro, sorridente e de braços abertos, rodeado por S.José e pela Virgem Nossa Senhora, sua mãe, também do tradicional jumento e da mansa vaquinha. Nessa noite santa, vinham outros irmãos que estavam longe, vinham tios e primos, vinham outras crianças e amigos e á hora da ceia nunca faltou o peculiar bacalhau com batatas e couves galegas, o polvo colorido e fumegante, tudo regado com generoso vinho carrascão do meu adorado Minho. No fim eram servidos os doces: rabanadas tostadas polvilhadas com canela e açúcar amarelo, as borrachonas ásperas e de forte sabor, os bolinhos de jerimu e as filhoses de massa doce de farinha, fritas em azeite puro do lavrador. No fim de tudo e até altas horas da noite era-nos permitido jogar ao rapa com pinhões descascados de pinhas mansas abertas numa fogueira que nos deixava as mãos e as caras ensarranhadas.
Nesse tempo não havia brinquedos nem prendas: os que existiam eram feitos por nós á navalha com pedaços de tabuínhas de madeira, diversos paus e arames. E que lindos que ficavam! Eram carrinhos singelos, barcos e aviões, bicicletas e carros de bois, até um comboio com muitas carruagens. Na manhã de Natal fazíamos uma bola de trapos com meias velhas e logo de seguida espantávamos o frio num jogo renhido entre toda a rapaziada. 
A vida era difícil, com muitas carências, em certos casos com alguma fome. Havia o Salazar e o Carmona, mas tudo era pobre, possivelmente alguns remediados. Nessa altura começava a aparecer a luz eléctrica em certos lugares. Lembro-me de a minha aldeia ter sido uma das primeiras onde ela foi ligada e o meu pai comprou então um rádio muito pequeno, com uma potência mais fraca que a de um telemóvel de hoje e que nós colocávamos numa janela quando aos domingos  dava os relatos de futebol e púnhamos no máximo para que os golos do Benfica se pudessem ouvir no outro lado da Galiza que só tinha o rio Minho de permeio. Grande ilusão das nossas mentes infantis que julgavam ser o mundo um pequeno quintal pois, na verdade, esses gritos de triunfo mal se conseguiam ouvir na própria sala onde nos encontrávamos.
Porque se tornaram então tão inesquecíveis esses Natais da minha juventude? Porque irradiava deles uma essência de paz e fraternidade, uma força divina capaz de parar uma batalha tão mortífera e feroz como a de Estalinegrado, na frente russa, numa trégua tão ingente e avassaladora que invadia as mentes retorcidas pelo ódio. Fui desse tempo e embora lá não tenha estado sei do acontecimento porque dele reza a História. Mesmo nessa noite infernal da refrega a força do Natal fez deter por horas a horrorosa chacina, chamando ao respeito e á piedade a razão humana, podendo então ouvir-se o som dum piano tocando a irreal melodia do "Stille Nacht" que irrompia solitária do fundo dos escombros e da morte. 
Mais tarde, enquanto fui crescendo, outros sóis e outras luas de Natal aconteceram, de uma forma geral deixando sempre a sua intrínseca magia, os eflúvios da sua força infinita e divina que deixavam sempre a caridade e a paz. E durante toda a minha existência, ingénuo de mim, nunca concebi nem imaginei que algum dia pudesse acontecer um Natal como o deste fatídico ano de 2011. Um Natal atrabiliário e de ignominia, abominável, esvoaçado por avejões tenebrosos que zunem á nossa volta em cimérios pesadelos de trevas e fatalidade, onde sobressaem demónios como o asqueroso meliante do Freixo e sua quadrilha, um Natal povoado de cínicos e rapaces ladrões que numa desvergonha sem nome escolheram precisamente esta santa Quadra para roubar, de forma agressiva, os parcos recursos que milhões de pobres e miseráveis tinham angariado durante anos a fio com árduo trabalho e o esforçado suor do seu rosto, extorquidos em nome dum suposto e maldito privilégio.
Por isso aqui estou nesta santa hora a desejar sinceramente a todos os que, porventura, me possam vir a ler, mormente a todos os benfiquistas, um Natal, se não melhor, ao menos como aqueles que citei do meu passado, todos eles imbuídos de verdade, de apreço, de autenticidade. Felizmente que ainda me restam na memória esses Natais passados para os poder sentir e oferecer, pois Natais como o presente não os posso nem quero desejar a ninguém. Seria um desaforo e um insulto porque esse não é o meu Natal!


domingo, 11 de dezembro de 2011

TEMPOS DIFÍCEIS

Hoje de manhã ao levantar-me verifiquei, com mágoa, que os corruptos e os sardões verdes lá se conseguiram desfazer, melhor ou pior, dos seus adversários e, por tal motivo, colocaram o Benfica na incómoda obrigação de ter que vencer hoje na Madeira. 
Tudo isto vem de encontro ao meu pensamento; os batoteiros de Contumil nunca terão problemas porque, cá dentro, já se sabe a razão, não têm rival e, durante todo o campeonato, este e todos os outros,  tem sido sempre assim; limitam-se a fazer um treino em todos os jogos e depois apenas se esforçam um pouco mais contra nós; os terroristas pirómanos esses, coitados, apesar de estarem a fazer das tripas coração demonstrando uma pujança em que eu não acredito, também vão seguindo, pensam eles, a caminho do Olimpo. Desses, apesar disso tudo, não sinto nem tenho qualquer medo pois, me parece, vão parar perto.
A ilação que se pode extrair deste imutável panorama é a de que ao nosso Clube não basta ter uma grande equipa, que tal não adianta porque  mesmo as grandes equipas podem ter dias maus em virtude de serem constituídas por seres humanos, ficando sempre e dessa forma em desvantagem com outras que, pelo menos, parecem ser provenientes de outros mundos. Estas nunca são afectadas por crises, contratempos ou atribulações de qualquer espécie. É irrefutável e óbvio e, como disse, de nada adianta especular, congeminar estratégias ou alimentar expectativas, apenas inevitável conformismo.
Estou de acordo com todos aqueles que lamentam o que ocorreu ontem nas eleições para a Federação Portuguesa de Futebol porque tudo se passa como o virar dum disco que tem a mesma música gravada do outro lado; saiu um patife corrupto e entrou outro desavergonhado bem pior, lente que foi duma escola da mais refinada trafulhice. E tudo continuará na mesma triste situação, parece que ad æternum!
Queria muito manter-me calmo e seguro, alicerçado na força da qualidade da nossa equipa, porém, tendo em conta que as coisas não se desenrolam dessa forma, muito temo que, mais logo, o Benfica se veja relegado para posições que se não desejam mas que, dadas as circunstâncias, são de admitir como muito prováveis. Ele não virá um dia em que tudo volte ao normal? Creio que para mim já não!

sábado, 3 de dezembro de 2011

SEMENTES DE VIOLÊNCIA

Que hei-de eu dizer? Por fim lá nos derrotaram ontem na Madeira e, (sabem uma coisa?) foi a derrota que menos me incomodou até hoje. Bah! Taça de Portugal? Bem vistas as coisas, taças há muitas e eu considero a de Portugal o troféu de consolação dos derrotados. Além disso, vejo outros factores que me induzem a ter esta opinião que procura atenuar a derrota; marcamos de penalti, dizem alguns que forçado (eu não vi) e não gostaria de ter ganho com um golo obtido dessa forma; por outro lado, também é bonito a Taça de Portugal ser ganha por clubes menores; não dizem que ela é a festa do futebol? Por isso, não vejo drama nenhum em o Benfica ter perdido ontem; pior seria (e será) se perder já daqui a poucos dias quando lá tornar para o jogo do campeonato, mas quer-me parecer que esse não vai ser assim desperdiçado.
Feliz ou infelizmente, depende dos pontos de vista, eu já ando cá por baixo há muito tempo e sei como as coisas ás vezes funcionam sendo convicção minha que o Benfica, não digo que tivesse forçado a derrota, mas a tenha aceitado com certo alívio. Dir-me-ão que ninguém gosta de perder e é certo, mas da maneira como o futebol é encarado nestes tempos, nada se pode excluir como possível. Já li por aí que no ano passado, quando se disputavam as meias finais da Liga Europa, a UEFA parece ter sugerido que não veria com bons olhos, por não convir, uma final entre o nosso Clube e o dos corruptos do Freixo. Poderá ser uma iníqua fantasia mas a mim não me custa nada a acreditar nela. 
Se tivéssemos trazido ontem a vitória dos Barreiros quem é que iríamos defrontar na próxima eliminatória? Precisamente o clube dos sardões verdes e lá na latrina deles. Tenho para mim que, dada a sementeira de ódios e violência que esses répteis têm espalhado recentemente em nossa direcção, poderiam advir para as nossas cores resultados imponderáveis, humilhações várias e sei lá que ciladas mais. E, não tenham dúvidas, em virtude da aversão e rancor com que somos tratados, tudo isso seria depois virado contra nós e desvalorizado por toda a canalha que pulula pelos meandros do desporto. Pelo que tenho percebido o lagartêdo andaria atarefado em preparar-nos uma exemplar recepção, ao estilo terrorista que eles muito bem sabem executar. 
Ora, se coisas assim se passassem comigo, preferiria afastar-me mesmo com algum custo e orgulho ferido, ignorando tal ralé e deixando-os a falar sozinhos. Poderia trazer bem piores resultados qualquer confronto com essa gente que, todos sabem, só a nós próprios penalizaria de forma perigosa. Uma retirada estratégica faz muitas vezes parte de uma batalha vitoriosa. Se o principal do que nos interessa não for descurado, nada de mal nos poderá atingir. Competições como a Taça de Portugal e da Liga só atrapalham e causam prejuízos a um Clube com a dimensão do Benfica; não passam de jogos a feijões, sobretudo acontecendo neste País.

domingo, 27 de novembro de 2011

OS INCENDIÁRIOS


Os terroristas deitam mão de todos os meios para infundir o terror sendo o fogo um dos principais. Pobre clube que com os seus dirigentes á cabeça da manada, de certa importância e dignidade que outrora sustentou, se transformou no presente num bando de terroristas incendiários e numa chusma de gente frustrada e sem lei. Coitados deles que, antevendo não puderem ganhar lealmente dentro das quatro linhas, enveredaram pelo caminho da chicanice e da truculência, tentando imitar e seguir os métodos dos seus patrões e mentores da Organização criminosa do Freixo. Só que, mesmo para se ser criminoso e vigarista é necessário ter-se aptidão e jeito, predicados que a escumalha verde, nem de perto nem de longe, demonstra ainda.
Os terroristas verdes extravasaram as suas frustrações incendiando as cadeiras do nosso estádio e, como neste País miserável a justiça não funciona, de lá saíram, cantando e rindo, com tão "vangloriosa façanha." Não tenho dúvidas de que, nessa noite, dormiram com a beatitude dos anjos! 
Como o Benfica gera em todos os fariseus deste miserável País, "gente fina", condes e viscondes sem vintém, intelectualóides manhosos, políticos duvidosos, até membros do clero, forças da (des)ordem e todo o séquito obtuso da turbamulta desmiolada e ululante (ena, tanta gente!) um ódio virulento, irracional e vesgo, nada acontecerá porque, bem no âmago das suas retorcidas mentes, toda essa ralé exulta com as sevícias e prejuízos que se possam infligir ao nosso Clube. Para toda essa multidão de "zombies" somos um pesadelo, uma maldição, uma emanação do Mal. Se fosse ao contrário, não me restam dúvidas de que se moveria todo este mundo e o outro para nos verberar e aniquilar. Fico com a curiosidade em saber o que vai acontecer aos sardões verdes pelas "belas e edificantes" acções que cometeram. Não me admiro nada de que possam até  receber um louvor e o Benfica ser eleito o culpado de todos os distúrbios.
Gostei, no entanto, da resposta merecida e justa que lhes foi dada dentro das quatro linhas, apesar de ter sido difícil, pois se apresentou inquinada pelo vício de premeditada extorsão. 
Definitivamente, deixei de ter pelo lagartêdo algum laivo de respeito que ainda me movia a decência porque, a partir de hoje, passarei a considerá-los como aquilo que na realidade são: um clube prostituído, sem honra nem dignidade que, para emular o dono, se transformou em terrorista e incendiário. Enlouqueceram!
Diz-se no catecismo que se não deve invocar o santo nome de Deus em vão, nem mesmo Deus deve ser para aqui chamado, por isso não o vou fazer: mas esconjuro outros Poderes sem tanta carga de sagrado, como seja o comum Destino. E, desta forma, vou compor a máxima latina que se costuma citar em casos semelhantes, substituindo o nome da Divindade: "… Fatum dementat quos perdere vult!" O destino enlouquece aqueles que quer destruir. Não ficará o meu desejo completo se não disser; amén!
Doravante, ficarei sempre a aguardar toda a desgraça que possa afligir a lagartada, regozijando-me até com uma sua eventual destruição, porque tal sentimento se tornou legítimo pelo comportamento irracional e odiento que tentam espalhar, consciente e deliberadamente, pelo mundo do desporto.
Depois do que clamaram contra a famigerada "jaula" por eles inventada, acabaram por a justificar plenamente; por isso perguntarei; onde deveria estar uma jolda destas? Numa jaula, pois claro! 

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O ATENTADO

Há bocado, enquanto ouvia o telejornal da RTP, fiquei esgazeado de espanto quando, a dado momento, ouvi o respectivo locutor dar a notícia de que na Ucrânia estava eminente um atentado terrorista contra a equipa da Organização do Freixo. Mas esta gente da Televisão Portuguesa quer tratar as pessoas como um bando de imbecis e mentecaptos?
Um atentado terrorista contra os suínos de Contumil? Como é possível? Ele haverá alguém com a cabeça no lugar que possa conceber, ou mesmo acreditar, que quem quer que seja, muito menos um grupo terrorista, se disponha a gastar com tão insignificantes trauliteiros, não uma bala sequer, mas mesmo uma simples bombinha de carnaval? Que personagens tão importantes, que paladinos da fraternidade, que arautos da concórdia, que cavaleiros da paz são estes andrades que podem instigar forças maléficas a preparar-lhes um atentado?
Que os tratantes de Contumil possam ser merecedores de uma valente coçadura e de que lhes cheguem a roupa ao pêlo, sobretudo ao seu abjecto caudilho, como reacção ao malefício das suas vigarices, disso ninguém tem dúvidas: agora, daí a preparar-lhes um atentado, convenhamos que é um manifesto exagero.
Uma notícia deste calibre só poderia ser admitida no carnaval ou num dia primeiro de Abril dado o conteúdo jocoso e estapafúrdio que dela se infere, porém, as sevandijas e aduladores da "dita" Comunicação Social não dão ponto sem nó e pretenderão, certamente, atingir uma qualquer retorcida finalidade. Deito-me a adivinhar: será, porventura, a de preparar mais tarde a justificação de um possível desaire da Quadrilha corrupta? 
A que nível tão rastejante e inverosímil descem estes Organismos públicos que, por princípio, deveriam pautar as suas actuações pelo equilíbrio e bom senso! De que métodos sujos e repugnantes esta caterva deita mão, sem cuidar sequer da sua honradez e decência! A que desfaçatez tudo isto chegou!

domingo, 20 de novembro de 2011

A CRISE



Estava eu entretido e alheado de toda a ideia da bola quando, a dado momento, recebi no meu telemóvel a mensagem de um amigo a indicar-me que a porcalhada estava a perder por 3-0 com a Académica. Respondi-lhe que nunca fiando pois, mesmo quando as coisas parecem correr mal, essa gente dá sempre a volta por cima; já não, retorquiu, que faltam apenas dois minutos para o jogo acabar. Perante isso fiquei descansado porque a derrota desses bastardos era mais que certa; como foi. Cheio de satisfação fui logo ver o que se estava a dizer nas televisões e numa delas lá estava um certo Rita a chorar baba e ranho por tal cenário ter acontecido: "… que não era normal um clube daqueles perder assim, que era apenas um percalço, que o seu "Papa" infalível saberia em breve reverter a situação, etecetara e tal." Eu próprio fui forçado a analisar o que, na verdade, se estaria a passar com tão indesejada corja, reparando que anda por aí muita gente a proclamar uma grande crise nesse odioso reino, o que acho ser uma funesta ilusão. 
Crise, qual crise? Crise real é a que os ladrões e salteadores da política deste País estão a impor ao desgraçado povo que trabalha e sua. Crise são as nuvens encasteladas que já cobrem de negrume e incerteza o céu da nossa esforçada caminhada, augurando sangue e fome. Mas crise na estrutura do Grémio que chafurda, há que anos, na pocilga da corrupção e exala o fedor da sargeta da vigarice e da trapaça, não o creio. Aí, certamente, não pode haver nem é consentida qualquer crise. Mesmo que não tenham dinheiro procedem como se o tivessem, mesmo perdendo um ou outro jogo, nem sequer  tremem ou acusam mossa e, logo de seguida, surgem mais vigorosos que nunca.
Podem despedir o "pobre" pateta do que dizem seu treinador, - o mais certo e sabido - que noutra equipa seria um acto desastroso, mas nessa quadrilha quase sempre se torna num gesto profícuo e normal. 
Por isso eu não acredito em crise na terra dessa canalha, não embarco em conjecturas improváveis nem me deixo tomar por regozijos infundados. Eles não dão ponto sem nó; podem parecer desnorteados, podem fazer entender que estão de rastos, podem mostrar alguma debilidade que, sem se conseguir explicar bem porquê, dum momento para o outro retomam o trilho do retorcido caminho que percorrem há mais de três décadas. 
É claro e não o nego que só de os ver morder o pó da derrota, embora de forma esporádica, me encho de satisfação; não por vilania minha mas sim porque esses biltres são fautores da mais vil e descarada iniquidade. Por isso, não tenho ilusões nem acredito que os seguidores do diabo possam experimentar qualquer crise. Senão esperem e depois me dirão! 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

AVES DE MAU AGOIRO



Acabando de passar hoje pela gloriosaesfera, como sempre faço, meu Deus do céu: tanto treinador de bancada que por ela esvoaça, alguns que como negros urubus fazem mais mal ao Benfica do que os normais abutres externos, sôfregos de carniça putrefacta. Que querem estes "benfiquistas" de meia tigela, esta inqualificável gente? 
Sejamos honestos de consciência e de mente; o Benfica jogou mal? Claro que sim, mas como seria possível a alguma equipa normal, por muito boa que fosse jogar bem - ou apenas jogar - num ambiente como o verificado ontem na Pedreira de Braga, com apitadores dos mais torcionários e tendenciosos, com premeditação nitidamente hostil, por isso desaconselhados para a função que deviam exercer, que tudo permitiram ao nosso adversário, direi inimigo, preparado para agressões violentas e desmedida animosidade que nada tem a ver com a nobreza dum genuíno confronto desportivo? 
O que se passou ontem no estádio AXA nada teve a ver com futebol, com competição leal, com respeito pelo outro oponente, muito menos com a virtude que o verdadeiro desporto deve consubstanciar. Foi um jogo sujo, cheio de truques saloios, de baixeza de carácter, de situações indignas que pretendiam intimidar um honrado adversário, foi a execução de um indecoroso cenário de terror nada condizente com o espírito de um acto desportivo. Como poderia o Benfica alhear-se de tudo isso e manter o estoicismo em tal situação como se não  fosse Ele o visado? Por que razão o nosso Clube não consegue sequer perder em paz, com lisura e naturalidade? Porque quando o Benfica joga, não só nas derrotas como também nas vitórias, ocorre sempre um sem número de peripécias bizarras, de acções estranhas, de acasos confusos, de suspeições ignóbeis. Que pretendem pois tão zelosos e exasperados "benfiquistas" que só apontam deficiências internas sem cuidar de ver e desviando os olhos das causas que são alheias ao Clube, geradas impudicamente  para o destroçar, e o atacam pondo tudo em causa? Que vão por aí, mas não vão bem. 
O perder e o ganhar fazem parte de toda a competição que se for limpa confere quase a mesma valorização a esses dois parâmetros porque eles são a face e o reverso da mesma medalha de glória; basta que haja limpeza e honra o que, no caso de ontem, de maneira alguma sucedeu. O grande Benfica doutros tempos, mesmo em algumas contundentes derrotas que averbou ao longo da sua mirífica História, nunca delas saiu humilhado ou diminuído porque as mesmas resultaram de confrontos havidos com adversários pundonorosos e valentes.
Quando o Benfica dos verdadeiros benfiquistas perder bem e sem reparos não haverá lugar para censuras, nem desgostos, nem recriminações, nem ranger de dentes, pois será sinal de que perdendo bem uma vez, também ganhará bem noutras vezes e, aí sim, poderemos então criticar as nossas próprias culpas nas derrotas e, por sua vez, vibrar com o fulgor de genuína alegria nas apetecidas vitórias.

domingo, 6 de novembro de 2011

TUDO PERFEITAMENTE NORMAL

Moro aqui pertinho de Braga onde, noutros tempos em que havia vergonha, era jogo a que não faltava. Mas não fui lá nem já vou há muito: prefiro saber o resultado no fim e pronto. E não vou lá há muito nem agora porque seria como se fosse ver sempre o mesmo filme; com o mesmo guião, os mesmos efeitos especiais, apenas com diferentes actores;  e só esse motivo não me entusiasma. Também porque era por demais evidente, após o empate dos andrades do Freixo em Olhão - o penalti da praxe não podia faltar - tinha a convicção quase certa de que as forças mafiosas nunca iriam permitir que o Benfica os ultrapasse na frente da tabela classificativa.
E, a propósito, atrevo-me a exarar uma afirmação que, suponho, será fácil de ser constatada por quem quiser; que o campeão, como é normal, já se sabe quem vai ser, estando o segundo lugar também já destinado para os sardões verdes. Não aposto nada porque tal é irrelevante, mas há uma forte probabilidade de que não andarei muito longe da certeza. Atente-se bem nos factos; os trapaceiros de Contumil que parecem andar pelas ruas da amargura, mesmo assim ainda não perderam e muito embora nesta altura não tenham conseguido a grande vantagem de anos anteriores lá vão, contudo e como sempre, no topo da pontuação: com a maior das normalidades. É bem claro que se o plantel que eles têm fosse o nosso, o Benfica andaria certamente pelo meio da tabela. Mas com essa escumalha todos sabemos que é sempre diferente. 
Se, como dizem e julgo ser um facto, nós temos um grupo de jogadores de alta categoria, pagos a peso de ouro, eu pergunto: de que serve esse proveito?
Li por aí que ao ladrão do apitadeiro desta noite, a quem alguém já tinha partido alguns dentes, lhe deveriam partir os restantes caso se portasse mal neste jogo, como portou. Eu não direi o mesmo mas advogarei, isso sim, que o partam a ele todo e o deixem de molho no corredor duma urgência hospitalar. Verdade, sem hipocrisia.
Portanto nada de novo, porque tudo segue numa torpe e repugnante normalidade e nem sequer  vale a pena estar desiludido.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

IN MEMORIAM

Faz hoje nove anos que morreu o meu irmão mais novo. 
Foi um homem simples, trabalhador, um homem pobre, dedicado, são de consciência, cumpridor da lei, respeitador do seu semelhante, seguidor dos perenes valores com que foi educado. Resumindo, só posso afirmar que era um homem bom!
Tinha uma indefectível, profunda e mesmo irracional paixão pelo Benfica a qual, de certa forma, lhe causou a morte pois sucumbiu, ainda novo, após um jogo que tinha acabado de ver na televisão.
Desde pequeninos que, para além do sangue, fomos sempre amigos, sem uma névoa sequer que toldasse tal amizade, sem uma quezília, sem qualquer embirração ao longo de todos esses anos em que viveu. Passamos muita da nossa vida nesse, outrora, recanto do paraíso, a aldeia de Côrtes, banhada pelo Minho sem par. Deixou em mim uma cavada saudade que, amiúde, me alerta para o pensamento da minha também inevitável partida.
Escrevi, nessa altura, um soneto a evocar a sua memória e intentei colocá-lo em cima da sua campa, gravado perenemente em granítica pedra tumular. Para tal contactei várias casas da especialidade, porém, em todas elas me foi dito que, conforme o meu desejo, a lápide iria ter, forçosamente, dimensões pouco estéticas.
Por isso e em contrapartida, aqui estou a inseri-lo agora neste espaço onde, suponho e espero, poderá ser lido por muita mais gente; família, amigos e conhecidos.
Ei-lo então:


Não por irmão, mas mais por seres amigo
Que tinhas na alma aquela chama imensa 
De vã paixão e fé, de insana crença, 
É que eu gostava de falar contigo.

Mas eis que a Morte, pérfida e ruim, 
Brandindo a vil gadanha, despiedada,
Ceifou os passos da tua caminhada 
Que estava ainda longe do seu fim.

Não quero recordar-te aí caído
Mas como foste em vida, sempre erguido:
Enquanto viva, em mim ‘starás presente!

Embora rasos d’água os olhos meus
Por ti não choro nem te digo adeus
Pois não partiste, só foste á minha frente!

                                    Teu irmão TONE

                                              Arcos, 2002


Morreu, acabou! Dizem as gentes, mas eu recuso tal conceito:
Não acabou nada! Quem morre nunca acaba; viverá sempre no coração de todos aqueles que o amaram.

domingo, 30 de outubro de 2011

TEMPOS DE INCERTEZA

Tenho a mania, o vício, quiçá mesmo a pretensão de achar que sou um visionário, um adivinho, um bruxo, um profeta ou sei lá o quê. Então no que toca ao Benfica antevejo sempre o pior. Não sei se tudo isso é fruto da minha desesperança, de uma inveterada frustração ou de um desarrazoado pessimismo. Creio que sim, sobretudo por ter gozado o privilégio de ter assistido ao tempo de esplendor do meu Grande Clube e não me sentir contente nem conformado com a penumbra que o envolve agora.
Vejo o Benfica a ganhar em toda a linha, em todas as modalidades, mesmo no próprio futebol, mas tal não evita as decepções e os sobressaltos como os que aconteceram ontem no jogo com o Olhanense o que me faz interrogar, com legitimidade, como é que tal pode ser possível. Por princípio e precaução com a minha sanidade nunca vejo nenhum dos nossos jogos, até porque e segundo me dizem, quando porventura isso acontece, parece que levo comigo um certo azar, como ontem ia sucedendo: um amigo meu enviou-me uma mensagem a informar que o resultado já ia em 2-0. De pé atrás e preso do tal receio que fatalmente me invade nessas ocasiões, perguntei-lhe quanto tempo faltava ainda para o fim do jogo; tinha, na verdade, as minhas razões e a coisa esteve tremida e quase dava para o torto. E é isto que me incomoda, voltando  a inquirir: como é isto possível? Todos estes êxitos intermédios parecem não garantir a glória final, como seria de concluir. Embora andemos pelo melhor caminho, contudo, ao chegar perto da meta, ficamos muitas vezes para trás e morremos na praia, como soe dizer-se. É isto que me mortifica, mais ainda quando constato que o abominável grémio da corrupção e das falcatruas vai seguindo de vento em popa, descansado e sem percalços, por caminhos lisos e desimpedidos. Para eles tudo vale, com regras e situações que sempre os favorecem; para nós, pelo contrário, nem mesmo é sequer levada em conta qualquer dúvida. Veja-se como ainda ontem nos foi anulado um golo absolutamente limpo e que, certamente, acalmaria toda a ansiedade e afastaria todos os perigos. Porque não actuam da mesma forma na pocilga do Freixo? Por medo? Nada disso, porque tal corja está mancomunada com esses criminosos e rouba para lhes satisfazer os intentos. É por via destas e de outras que eu cultivo e mantenho todo este irracional e corrosivo cepticismo.
Aqui chegado, lembro-me ainda dos sardões verdes e lhes admiro a sua credulidade pois, por terem ganho meia dúzia de jogos, já andam cheios de catarro como a formiga e a enfunar o peito de balofa arrogância. Espero e desejo que parem perto!
Só tudo terá saído bem se tudo acabar bem!


domingo, 16 de outubro de 2011

REDACÇÃO DE UM PUTO DE ESCOLA

Os vampiros. Eu nunca vi nenhum vampiro. Dizem que são uns bicharocos negros e muito feios que voam de noite, em magotes. Que não têm ossos nem penas macias, mas nervuras ásperas. Que só bebem e gostam muito de sangue. Que têm uns dentes ocos e aguçados com que chupam o sangue das pessoas. Disse-me o meu amigo Tone da Reigada que já viu um. O Tone é um mentiroso porque está a dizer isso só para me assustar. Mas o meu pai, quando lho perguntei, encolheu os ombros e só me disse que os vampiros existem e  atacam tudo o que lhes cheire a sangue. Que começaram a aparecer há alguns anos, num certo dia de Abril. Eram muitos e mais vieram depois, engrossando o bando; tinham cada vez  mais sede e todo o sangue que havia já não ia chegando para os fartar e quanto menos sangue havia mais desaustinados iam ficando, ao ponto de perderem algum receio e começarem a sair do escuro da noite para se empanturrarem em plena luz do dia. Agora andam por todo o lado e atacam sem medo e ás claras.
Ah, se calhar é verdade e por isso é que eu vi tanta gente nas rua a berrar e então alembrei-me duma cantiguinha de vampiros que cantava que eles comiam tudo e não deixavam nada. Que sugavam o sangue e ficavam com os beiços muito focinhudos, como os dos aganões, todos lambuzados, tão gordos e inchados que até quase estoupavam. Mas logo lhes vinha a fome e então lá iam eles outra vez a voar de noite e até de dia á procura de mais sangue. E nunca se fartavam. 
O meu irmão mais velho, o Nelo, que já é casado, disse-me que já foi mordido por eles, que perdeu muito sangue e o fez ficar sem o dinheirinho das férias e do Natal. Que este ano não me ia dar a prenda do costume porque não podia, que nem aos meus primos, os filhos dele, lhas podia dar. Há dias ouvi minha mãe, danada, a barafustar que essa bicharada tinha andado por lá e a tinham cravado, que eram piores que os ladrões porque levavam tudo pela calada. Até o meu avô Bílio e a minha avó Quina, que mal vivem duma reforminha que recebem, me mostraram umas mordidas frescas que os malvados lhes tinham feito numa noite destas, tendo ficado sem algum do seu pouco sangue e também, por via disso, nem um rebuçadinho me iam poder dar neste Natal. A minha professora também me disse que tem sido muito mortificada pelos vampiros, que os sente á volta dela a quererem mordê-la e que, muitas vezes, nem a deixam sequer dormir. O meu tio Artur, que gosta muito de ir á bola, anda sempre a dizer que os viu lá pelos campos de futebol a chuchar as outras equipas e que no fim do jogo se vão embora tão gordos e inchados que até arrebentam. Por isso eu não sei se vou ter de acreditar mas, se tanta gente o diz, deve ser verdade. E começo a ficar também muito acagaçado.
Eu não gosto nada de vampiros!


Zèquinha

  

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

OS MISERÁVEIS

Porque a Selecção portuguesa para mim pouco  interessa, era para não dizer nada após a derrota de hoje, mas vou dizer. Não me venham mortificar chamando-me de  falso patriota, de pouco amante das causas portuguesas ou mesmo de “traidor” á Pátria. Mas qual quê? Pouco me preocupa tudo isso, para mais não tendo nada a considerar nem a agradecer a um País que trata os seus naturais com tanta ignominia. 
Não estou contente nem triste pela derrota da nossa dita Selecção, sinto-me apenas totalmente indiferente. Depois de todas as mudanças e filosofias que foram tornando espúrios quaisquer sentimentos de veneração por uma Nação que não soube ou não quis respeitar-se a si própria, “incepi evomere illam ex ore meo”, isto é, não a sentindo nem quente pela virtude, nem fria pela crueldade, somente cheia de tibieza pela mentira e injustiça, é que fui forçado a vomitar.
Até talvez, com manifesto cinismo, me sinta antes mais satisfeito com a sua derrota, não em si mesma, mas pelas ilações que se poderão perceber dela  e pelas consequências de actos e práticas pouco claras e deveras criticáveis. Pois como pode uma Organização que se pretendia representativa de uma Nação inteira, ser utilizada para fins pouco dignos por gente sem escrúpulos, publicamente abominada pelos seus claros actos de corrupção e que sem pudor nem vergonha pratica nela todo o género de inconfessáveis tropelias e propósitos? É evidente que estou a falar disso mesmo; como pode uma Instituição representativa de todo um povo fazer-se acompanhar de um ser repugnante, autor de tantas malfeitorias, corrupto e corruptor, de porte duvidoso mesmo como cidadão, que em tempos fugiu á Justiça e lhe continua a fugir por entre as suas malhas - muito largas, diga-se a propósito - como o incontinente da “tripa cagueira” sr. Costa do Clube do Freixo que, é bom de concluir, em nada poderia dignificar, como não dignificou, uma comitiva desportiva que se  pretendia representasse no estrangeiro uma Nação soberana? Que ganhou com isso o Empreendimento, quando é sabido que tão sinistra figura, com toda a desfaçatez e acinte, se fazia ainda acompanhar de uma amante com idade mais que suficiente para ser sua neta, e que também em tempos não muito distantes chegou, por ressabiamento, a festejar com espumante uma triste derrota dessa mesma Selecção? Tais baldrocas nunca poderiam congregar em torno da equipa nacional todos aqueles que nela se poderiam rever. 
Por isso eu me estou a borrifar para a Selecção pois ela não se mostrou digna, nem podia, porque tem a comandá-la um verdadeiro novelo de cobras peçonhentas. Apenas expresso o que eu próprio sinto e, assim com’assim, se esta derrota servir para redenção, entendo que ela veio mesmo a calhar.


sábado, 8 de outubro de 2011

GERAÇÕES SEM CONFLITOS















Por via de certas quezílias que sucedem no dia a dia, aborreci-me com o pessoal da casa onde todos as manhãs ia tomar o meu café e dar dois dedos de conversa com os amigos. Dessa forma, mudei para outro estabelecimento perto dali  pois, como soe dizer-se, cafés há muitos e o freguês tem sempre razão. 
Sentado a uma mesinha logo surgiu para me servir uma rapariga para mim desconhecida, fogosa e cheia de simpatia, com a solicitude e presteza dos seus frescos dezoito anos. 
Um pingo normal, bem quentinho; pedi eu.
Dali a instantes, sempre sorridente, a moça colocou na minha frente o que pedira e pude então reparar na sua rara beleza. A mão que me estendia a chávena era pequenina, bem feita, podia dizer-se, uma jóia de porcelana. O rosto lindo como o de um anjo; imagino, porque eu nunca vi nenhum anjo, porém, estou certo de que nenhum anjo poderia ser mais resplendente: um botãozinho de aleli, um raiozito de lua duma noite de Janeiro. Tinha nas orelhas brincos de pechisbeque com pingentes que lhe iam debicando com leveza as protuberâncias assomadas no peito, das suas perfeitas e sedutoras maminhas, duas suculentas maçãs do paraíso. Por fim, sobressaía ainda nela um traseiro bem torneado, completando o elegante conjunto de toda a sua harmoniosa figura. Todo o seu porte era  de uma irreal escultura, com mais justeza uma verdadeira obra de arte. Não se via, mas sentia-se que daquele ser irradiava um fogo telúrico, em labaredas crepitosas, semelhante ao que ardia outrora  dentro de fornalhas mitológicas. 
Embora marcado pela fantástica impressão, o que mais me atraiu na jovem foi, contudo, ter visto a sair-lhe do bolso da bata que trazia vestida, um pequeno lenço em cuja ponta figurava o  emblema do Benfica, bordado com esmerada perfeição. 
Sem receio, atirei-lhe então:
Miúda, como te chamas?
Karina, respondeu de imediato.
És muito bonita, sabes?
Sorriu, sem mostrar lisonja.
Vejo que gostas do Benfica:
Quase me não deixou acabar e olhando intencionalmente para o lenço, foi sorrindo:
Desde pequenina, meu senhor: gostava de ir ver um jogo a Lisboa, ao estádio da Luz, mas não posso. Nunca fui a Lisboa: 
O quê, tu nunca foste a Lisboa?
Nunca calhou;
Deixa lá, disse eu em jeito de reconforto. Olha, se queres que te seja franco, eu também ainda não vi o novo estádio da Luz.
Em face disto, agora lá me encontro eu sempre, todas as manhãs,  no novo café, ali perto de mim, aproveitando todo o tempo que posso para conversar com tão sedutora garota. 
Porém, quando regresso a casa, vou cismando sempre nas voltas que a vida dá. Se bem possa dizer-se que as gerações mais antigas possuem o apanágio da grande experiência e são credoras de merecida veneração, para mim não passam já, em termos vivenciais, de farrapos, de refugo, de lixo do passado, quando confrontadas com a força e generosidade da linhagem que desponta. 
Quando me é dado ver o sócio número um do nosso Clube, centenário encarquilhado e relho, compreendo a necessidade da morte e não me revolto, nem lamento, nem sinto saudade; apenas satisfação por ter vivido, conformismo por ter chegado e, porventura, ânimo ainda para conviver com a juventude que  se vai cruzando comigo. 
E pronto, a partir dali, nasceu entre mim e essa encantadora jovem uma irresistível empatia, como entre um avô e uma neta, quiçá mesmo bisneta, tão distantes eram os mundos que separavam as nossas origens. Procurei sempre a convivência com gerações diferentes da minha, pois entendo que não devem existir conflitos entre elas e sim que as mesmas se deverão completar. 
Devo concluir que as gerações mais novas se podem misturar sem conflito algum com aquelas que as precederam, sobretudo se ambas se deixarem unir por valores transcendentais e eternos, compreensão e respeito, muito mais se adorarem os mesmos deuses, como é este meu caso; o da moça era o Benfica, o meu também o era.


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

DORMINDO COM O INIMIGO


Andam por aí alguns blogues em polvorosa com o apoio explícito que Luis Filipe Vieira deu a um candidato á FPF, de proveniência e vício mais que comprovados. Eu próprio sou um deles e não posso, por princípio algum ou mais que boa vontade, calar a minha indignação e revolta por o supremo representante do meu honrado Clube apoiar, contra todo o mais elementar bom-senso, a candidatura de tão duvidosa figura, considerando que  isso não passa de uma gratuita insolência, de um intolerável insulto e de um nojento escarro cuspido na gloriosa História da nossa proba Instituição. Nenhum verdadeiro benfiquista pode aprovar ou encarar sequer qualquer figura que provenha daquele tenebroso antro de víboras.
Nada tenho contra o sr. Vieira a quem nunca desrespeitei, porém, se ele quiser ser respeitado terá, por sua vez, de cultivar esse respeito, honrando a sua missão e todos os demais que dela fazem parte. Sei que poderão surgir muitos a proclamar a tola desfaçatez dos meus reparos, que nada percebo deste caso, que estou a falar de cor e sem sentido, porém não aceito tais argumentos porque este é um dos casos que não admite qualquer espécie de subterfúgio ou justificativo. Não há volta a dar e tudo está mais claro que a água límpida. Por outro lado, procuro manter sempre recta a minha espinha dorsal e, nunca por nunca, aceitarei qualquer promessa, falsa pela certa, de quem sempre considerei pessoas corruptas e ladrões sem vergonha. Não creio na integração de malfeitores arrependidos nem nas boas intenções de quem sempre praticou actos  iníquos. Conviver com tal ralé será o mesmo que sentir-se fechado dentro dum saco de gatos.
Além disso, lamento profundamente que um sujeito apanhado em escutas telefónicas de conteúdo criminoso, pertencente mesmo aos quadros dirigentes duma Organização deletéria, como é sabido publicamente, se possa sequer candidatar, com a maior candura e desvergonha deste mundo, a um cargo que se deseja sério e respeitado. 
É sabido que uma figueira não pode dar maçãs nem um pessegueiro dar castanhas; como se pode então acreditar que um corrupto possa prometer que irá mudar e agir com intenções limpas? Colocar um bonifrate destes á frente da Entidade máxima do futebol português será, ipso modo, como pôr a gerir estruturas do Céu um seguidor de Satanás ou colocar nazis de cabeça-rapada em cargos de relevo de interesses judeus.
Objectarão que o nosso presidente e o Clube não tinham outro remédio senão proceder dessa forma para não ficarem isolados e mesmo “orgulhosamente sós”. Tretas, muitas vezes mais vale encarar tal cenário e manter a dignidade do que embarcar em falácias, pois também existem os sábios aforismos de que “mais vale só que mal acompanhado” ou “diz-me com quão andas, dir-te-ei quem és” e, no caso vertente, de nítido prejuízo para as nossas cores com tão indesejável companhia, deveria ter sido a atitude mais certa que se deveria ter tomado. Apoiar este zote porqueiro significa, com toda a propriedade, provocar a situação absolutamente real da íntima partilha da mesma cama com o nosso maior inimigo.
Lêem-se por aí em blogues benfiquistas alguns textos a tentar por água na fervura, mas também se observa em muitos outros, felizmente a maioria, o nojo por tal situação.
O Sr. Vieira pode ter feito muito pelo nosso Clube e isso é um facto que se reconhece, mas tal não basta porque a missão do Benfica, corroborada pela sua História, é a de conquistar triunfos e, nesse aspecto, este presidente tem falhado rotundamente, não sendo com este género de apoios que os irá conseguir. Propaga-se aos quatro ventos que somos grandes, os maiores do Mundo e depois quase nada se ganha. De que serve isso, de que serve ter um canal próprio de televisão, que adianta ter uma Fundação, isto e aquilo, se não temos troféus, razão fundamental e única duma  quase exclusiva existência? O Benfica está aí é para ser vencedor; o resto será acrescento. Poder-se-á contrapor: ah, mas não nos deixam ganhar dentro do campo e aquilo que essa gente corrupta classifica de vitórias não passa de roubos. Posso concordar, até certo ponto, mas devo perguntar; e é com estas acções que os vão agora ganhar? Onde está então a coerência, qual o proveito, quando uma das maiores vítimas dessa espoliação vai apoiar precisamente um dos maiores agentes dos Ladrões? Nem por masoquismo se pode entender ou tolerar, além de constituir uma verdadeira estupidez.
Perdoai-me o arrazoado, mas é o que penso!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

"ELES" NÃO CEDEM

Se estivermos á espera que eles cedam, não é por aí que devemos ir, pois tal nunca irá acontecer. 
Com estes últimos desaires do Grupo da corrupção, ainda me pareceu sonhar que o tenebroso Império do Mal que reina há mais de trinta anos se estaria, por fim, a desmoronar; que esse monstruoso e abominável Godzila se estaria a precipitar nos profundos abismos de alguma fossa marinha despoluindo, por via disso, o conspurcado mundo do desporto onde essa gente vem lançando os seus fétidos dejectos de forma desavergonhada. Afigurou-se-me mesmo que me estava a ser concedido o grande privilégio de poder assistir, no pouco tempo que ainda me resta, ao colapso de tão odioso e soturno reinado.
Não pretendo, porém, ser tão ingénuo pois tudo o que se pense ou se venha a sonhar nesse esperançoso sentido não passará de ilusão e fantasia, apesar de a História nos mostrar que qualquer grande Império, seja ele do Bem ou do Mal, acaba sempre por cair, alguns com mais fragor que outros.
De que vale jogar numa competição destas se nela toma parte um contendor que, pelos métodos que usa, nunca dela devia sequer fazer parte? Que andam lá a aparentar os Clubes que não embarcam em jogadas rasteiras nem em trafulhices? De que vale tudo isto se este campeonato, como todos os outros, não passa de uma descarada farsa? São precisas mais provas? 
Fico com a profunda convicção de que, cá em Portugal, pode qualquer clube jogar seja o que for, mesmo que seja o Benfica com todo o seu potencial desportivo, que de nada lhe adiantará nem nada conseguirá em qualquer tempo, porque a agremiação do Freixo não precisa de jogar, apenas lhe basta cumprir calendário. 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

PROGNÓSTICO RESERVADO

Vai o Benfica amanhã, mais uma vez, deslocar-se até á pocilga do Freixo para defrontar o clube da corrupção. Eu preferia que, se tal fosse possível, o não fizesse e que lhes desse a vitória na secretaria porque ela, é convicção minha, está mais que anunciada, está mesmo decidida. Não, não é, de forma alguma, qualquer assomo de pessimismo e sim a constatação duma incontornável  e assumida realidade; os andrades sabem que vão ganhar e o Benfica sabe bem que não tem qualquer hipótese de fugir á derrota. Esta minha asserção advém de que neste campeonato português as coisas são diferentes da normalidade que se verifica em alguns outros países. 
Veja-se só; o árbitro que foi indicado para este jogo é altamente corrompido e com tendência única - e descarada - para favorecer a Organização criminosa, tornando-se por isso num obstáculo quase intransponível para o adversário. É facto inegável. Depois, há outras circunstâncias esclarecedoras e indicativas do que poderá suceder. Como não lhes convinha utilizar o doping no jogo da Liga dos campeões mas reservá-lo para o de amanhã com o Benfica, utilizaram então, contra o Shacktar, a costumeira solução a que eles chamam de plano B; um penalti logo no início para resolver liminarmente o problema e a utilização de expulsões. Como lhes ia correndo mal com o falhanço do monstro verde, em vez duma expulsão foram duas, se preciso fosse, três ou as necessárias, e como o jogo seguinte com o Feirense se lhes antevia aparentemente fácil - ou mesmo, na sobranceria deles - facilitado, foi o que foi e, assim sendo, vê-los-emos amanhã a correr como máquinas, cilindrando tudo o que se lhes puser na frente. E no fim soarão as trombetas do endeusamento aos vencedores, tocadas pelos infelizes escravos acorrentados á quadriga triunfal. 
Sei bem que, se o jogo fosse limpo como o que fizemos contra o Manchester, além da beleza que daí resultaria, todos poderiam expectar com legitimidade a vitória do contendor que melhor jogasse, aceitando com naturalidade e compreensão qualquer um dos três resultados possíveis. Se as coisas corressem dessa forma, então eu estaria tranquilo e com fortes razões para esperar uma vitória pois me parece que o nosso Clube tem um plantel de categoria e vem produzindo exibições conducentes a tal conclusão. Pelo contrário, o grupo mafioso de Contumil, pelo que se observa, vem fazendo jogos pouco convincentes, sendo apenas imbatível e possuidor duma dimensão cósmica no conceito de louvaminheiros tão desonestos quanto imbecis.
Poderia, no entanto, como ser humano tolerante, desvalorizar todas estas condicionantes conjecturas e, desse modo, esperar que tudo corresse dentro da normalidade admitindo um resultado favorável ao meu Clube, mas como, por outro lado, me invade também um medonho cepticismo, inteiramente justificado, e conhecendo bem o modo de agir dessa abominável jolda de trapaceiros, não posso formular qualquer predição razoável mas, a ter de fazê.lo, apenas poderei arriscar um prognóstico muito reservado.
Um aspecto, no entanto, me mantém calmo e sereno: o de saber que, mesmo não ganhando, nada ficará perdido.
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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

AS GRANDES VITÓRIAS

Ontem á noite tocou o meu telemóvel e era um amigo meu, a rir-se como um perdido, pelo que se estava a passar no covil do Freixo com jogo que a escumalha corrupta estava a realizar com os “pobres” diabos dos Shaktares dos Donuts. Eu não estava a ver jogo nenhum que imagens desses ladrões nunca as vejo, nem veria, mesmo que me pagassem. Mas, enquanto me contava algumas peripécias de todo surrealistas e mirabolantes, comentava:
—Está a ver? Então estes patifes controlam tudo ou não? Logo nos primeiros minutos, pénalti a favor deles. Falhado! Marcam os Donuts e ficam á frente no marcador. Nada de preocupações que nós resolvemos já isso. E resolveram mesmo. E pronto! É dessa forma que ele conseguem tão grandes vitórias!
Agora eu. Como é que estes gatunos não hão-de praticar alegremente a corrupção se a própria UEFA é uma das organizações mais corruptas do planeta, embora pretenda tapar os olhos de toda a gente com fingidos ademanes de que luta contra ela? Mas está tudo maluco? Viu-se e vê-se bem ás claras por que eles ganham tudo com a mais natural e santa facilidade,  sem sequer o procurar disfarçar. Pudera, são uma das equipas queridas, estimadas e acarinhadas pela Máfia Suprema. Está visto! Pela aragem do que se passa na Europa se pode aquilatar o que não será cá dentro. 
Além do mais, tudo isto confirma, de forma categórica, o porquê das decantadas vitórias lá fora! Poderão esses bandoleiros tentar convencer toda a gente do contrário; só que a mim não. 
Mas alguém julgará que eu ainda ando de chupeta?


domingo, 11 de setembro de 2011

TRÊS, A CONTA QUE DEUS FEZ!








Três irmãs, três gotas dágua
Que o Infinito condensa,
Sua mãe nuvem do céu
Lá daquela altura imensa
Desprendeu .......

   (Afonso Lopes Vieira)


 O que se passou ontem á noite no estádio da Luz no jogo com o Guimarães parece o mito das três Fúrias e das três Górgones e não pode ser outra coisa senão uma ficção! Na verdade, estes apitadores portugueses são mesmo uma verdadeira anedota; ou marcam pénaltis que, de forma alguma o são, sempre com o pernicioso fim de beneficiar uma organização criminosa e reles, ou sendo-o mesmo e por sistema, nunca os assinalam a favor do nosso Clube. É por isso que, ao serem marcados ontem, pasmem, não um mas três, para ser verdade deveriam ser quatro, alguma coisa não bate certo: ides desculpar-me o desbragamento da linguagem mas isso só pode significar, como diz o povo, que vem aí “foda” ou canelada. Estes energúmenos não dormem e possuem uma imaginação tão fértil e descabelada que não deixa descansar as suas mentes retorcidas. O que eles inventam! Este facto de um dos assopradores do sistema ter marcado três pénaltis a favor do Benfica que, a bem da verdade, deveriam ser quatro, vai dar-lhes - já está a dar - uma total garantia de, no futuro, manterem calado o bico dos eventuais reclamantes que forem prejudicados, render-lhes chorudos juros e branquear-lhes futuras extorsões e ladroeiras. Ena, três? Porquê logo três se nunca no-los deram, antes no-los tiraram tantas vezes? Viva a fartura!
E andamos nós, os ingénuos “palermas” dos benfiquistas, todos os anos a sonhar com as melhores expectativas para o nosso Clube, julgando que todas estas coisas são normais, mas não são: depois, no fim de tudo, abacocados e desiludidos, ficamos a chorar baba e ranho, defraudados e a gritar aqui-del-Rei porque os sonhos arquitectados se desfizeram, desvanecidos pela luz da realidade, esbracejando e esgrimindo contra moinhos de vento e esconjurando esses próprios sonhos como se fossem eles os culpados do fracasso. Não vemos que esta despudorada gente manobra tudo como lhe apetece e com a maior tranquilidade? Ó caros amigos, o que aconteceu ontem é tão surreal que nem pode ser disfarçado e só não vê quem for cego ou não o quiser fazer. Apesar de, para mim não ser qualquer novidade desfez-me, contudo, algum ínfimo resquício de dúvida que ainda pudesse restar nos arcanos da minha credulidade. Eu preferia que o Benfica tivesse empatado ou perdido aquele jogo a tê-lo ganho dessa forma; tal é que seria normal, porque normal é uma grande equipa empatar com outra mais fraca, normal é o Benfica estar a ganhar por 2-0 a um qualquer Gil Vicente e acabar empatado, normal é o Barcelona estar a vencer por 2-0 e, em pouco mais de cinco minutos, consentir a igualdade no marcador em seu próprio estádio, normal é o Real Madrid ser eliminado por um grupelho sem nome; tudo isso é que faz parte da normalidade. C’os diabos: pois não se vê que a arbitragem de ontem foi tão premeditada, intencional e cirúrgica que nem sequer deu para disfarçar? Já hoje pude constatar isso enfrentando alguns “portistas” que num gozo alarvático e numa arrogante euforia rasgavam as vestes clamando contra tão atrevida e escandalosa ajuda ao Benfica, como se eles fizessem parte da agremiação mais impoluta do Mundo! Fazem as coisas tão á descarada e tão á vontade que nem temem sequer o ridículo de elas serem ostensivamente tão mal feitas. E o que me deixa indignado e com revolta é que se aceite e se participe na gigantesca farsa de um campeonato, inútil porque viciado, sabendo-se já de antemão quem é que o vai "ganhar", entre aspas. Deus do céu, o que me espanta é a maneira sempre igual de como tudo se processa e de toda a gente o aceitar, muda e queda, como anjinhos papudos, até os que sentem na pele os malefícios de tais práticas. Jogar para quê, senhores, se tudo se encontra já decidido? Só o que muda todos os anos são as ilusões e os detalhes .
Fui um dos que escrevi, com certo convencimento, diga-se, após a derrota da Corja corrupta com o Barcelona, que eles um dia iriam cair, porém, pelo rumo que as coisas continuam a seguir sem nada mudar, tudo exactamente como há trinta anos, fiquei deveras céptico e descrente. Com bons jogadores ou com maus jogadores, com onze ou com cinco, com um treinador de topo ou com um qualquer begueiro, continuam imbatíveis e não se vislumbra nenhuma brecha no sistema. Por isso, daqui continuo inutilmente a clamar:
 - Mas que adianta estar sempre a falar em corrupção (claro que eu sou um dos que mais acirradamente fala) se os corruptos continuam a praticá-la, com o mais descarado á-vontade e rindo-se ainda por cima? 
Está mesmo a ver-se que não adianta nada! Se fosse só no futebol ainda vá que não vá, porém, essa gente parece oriunda de outra dimensão ou pertencente a uma raça superior do Cosmos, ganhando também tudo em quase todas as outras modalidades e com os mesmos argumentos. Fenómeno espantoso e nunca visto!
A culpa, se calhar, é toda minha, da minha ingenuidade, da minha boa-fé que ainda acredita em contos de fadas, tornando-se evidente que, ao navegar nestes mares ou ao percorrer estes caminhos, na realidade não estarei no meu perfeito juízo, como era suposto dada a idade que já tenho. 
Ás malvas para tudo isto do futebol dito português!