domingo, 13 de maio de 2012

OS QUE COSPEM NO PRATO


Claro que são opiniões e, dizem com grande ênfase, qualquer um pode emitir a sua com todo o direito. Não me custa admitir que assim seja. Contudo, existe um ponto com o qual eu não posso concordar nem nunca seria capaz de proferir, para mais sabendo que é uma nojenta mentira. Reconhecer vitórias forjadas e extorquidas por métodos torcionários e reconhecer algum mérito em cometimentos levados a cabo com auxílio de processos criminosos. 
Estou a escrever isto porque não me posso calar, tanta a repulsa e o vitupério que me invadiram quando há pouco e num programa da nojenta TVI, pude ouvir a resposta de um considerado "senhor", tido quase como um símbolo do Benfica, quando lhe perguntaram se achava que a vitória dos criminosos do Freixo neste campeonato tinha sido justa. Sem titubear, possivelmente pretendendo não ferir susceptibilidades, deu a sentença; "…é sempre justa a vitória de quem ganha e esta não fugiu á regra"; a ideia e a mensagem foi esta. 
Que digam tais suinadas os prosélitos e admiradores das fraudes e da corrupção, muito embora seja de verberar, vá que não vá, agora, que tais desconchavos sejam proferidos, sem se descortinar sequer uma intenção válida, por gente que era suposto pertencer á nossa crença e fazer parte da nossa fé de benfiquistas, não posso aceitar e repugna-me ouvi-lo da boca seja de quem for. Sabeis de quem falo: trata-se do "senhor" dito Toni, esse mesmo. Poderão apelidar-me de mentecapto e inconveniente por tomar esta minha atitude pretendendo ver nela o ataque a uma "impoluta" figura do Benfica, estimada e considerada como tal. Para mim, nem que fosse uma divindade, nem que fosse um familiar chegado! Escutar um dos nossos a dizer uma baboseira daquelas referida a um grupo inimigo e que tanto mal procurou infligir, de modo odioso e gratuito, a alguém que nós dizemos amar, é uma blasfémia e um insulto. Venha ele de quem vier, seja ele quem seja.  Torna-se ainda mais repulsivo por partir de alguém que pretende ser da nossa casa e que come do mesmo prato e na mesma mesa. Alguém toleraria que se cuspisse nele sem uma vigorosa reacção de censura ou indignação? Pode haver quem o faça, eu não, nem nunca tolerarei uma atitude dessas e, por isso,  aqui apareço a reagir. 
A História está cheia de actos dessa natureza, condenados e desprezados mesmo por aqueles a quem, aparentemente, aproveitam. Poderia citar uns quantos, mas por demais relevantes, exemplificarei apenas os dois mais conhecidos: "… Roma não paga a traidores" e "… tu quoque, Brutus, fili mi - também tu Bruto, meu filho?", pois expressam de forma eloquente a ignomínia resultante de tais gestos.
Não podemos, mesmo sendo verdade, atraiçoar aqueles que dizemos amar!