domingo, 19 de agosto de 2012

VENHA OUTRO!




 Não há volta a dar; já pode começar outro campeonato que este está decidido. Desgraçado Clube, cheio de jogadores pagos a peso de ouro e todos craques que no seu próprio estádio não conseguem ganhar a um clube mais que regional e que faz o que pode. E isto já vem de trás. Um clube que há oito anos não ganha o primeiro jogo do campeonato, quer fora quer dentro, quer contra equipas razoáveis quer das piores, um Clube que sofre dois golos logo no primeiro jogo, e do Braga? O empate é ainda mais humilhante porque é o princípio da derrota; preferia esta. Como se pode defender um Clube que não consegue mais que isto?  É um grupo destes que tem pretensões a voos mais altos mesmo na Europa ou sei lá onde?! Pobre gente, sem rumo nem glória. Que pretende o Benfica com atitudes destas? Acredito que os ladrões do Freixo se roubam é por vício porque, na verdade, nem precisariam de roubar. Sinto-me quase convencido de que, afinal, os corruptos e os sardões verdes nunca desceriam a um patamar destes. Vão ver se logo eles perdem ou empatam; é o perdes! 
E dois pontos já lá vão, pontos que nenhuma outra agremiação perderia. Tanto dinheiro gasto para esta desilusão? Isto sim é vergonha, é capitulação, é opróbrio, é maldição, é rendição. Pergunto eu porquê que se entra nestas cavalarias para depois fazer tão tristes figuras? 
Não me chameis nomes mas sinto-me cansado pela desonra, pela indignação e pela zombaria daqueles que eu odeio, porque tal sentimento é o nosso próprio Amor que lho põe nas mãos para nos fustigarem. Somos o riso, a chacota, a comiseração daqueles que não dormem só para nos verem na lama: e nós a enterrarmo-nos sempre e cada vez mais nela. Que vergonha, que miséria, que vileza, que frustração! E pretende o Benfica ganhar o campeonato? Só quem for zarolho, mentecapto ou, no mínimo, brincalhão é que pode largar uma atoarda destas. Nem luta damos! 
Tomai nota do que aqui vos digo e escrevo, sem medo de me enganar, tão previsível se apresenta; se neste ano ficarmos em terceiro lugar já será bom de mais, pois dificilmente ganharemos muitos dos jogos considerados acessíveis e normais, quanto mais aqueles que são, na realidade, de perder. Raio de gente esta que se está nas tintas para a Instituição sem se importar de rebaixar os outros pois, no fim do mês, o dinheiro (e não é pouco) cai certinho. Tenham juízo e vão para a “senhora” que vos pariu! 
Sei que se não deve bater em quem se ama, a menos que se porte mal; e é o caso!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

NUVENS NEGRAS




Desde aquela ignomíniosa vitória do grupo da quadrilha do Freixo no estádio da Luz que eu jurei a mim mesmo nunca mais me enfronhar nestas coisas do futebol deste País, nem do seu desporto em geral. Mas como não me posso isolar num qualquer ermitério e como vai começar a “dança” (como diz o povo) abro aqui uma excepção e vou só dizer umas pequenas coisas que me vão na alma, assim em jeito de uma mais que esperada premonição. Estou a passar uns dias de férias aqui bem perto do ninho da Águia, o magnífico estádio da Luz mas, estranhamente, sinto-me tomado duma modorrenta abulia e manietado por desinteressados pensamentos. Amigos correligionários desta fanática fé, martirizado por leituras díspares e desencontradas dos bloguers benfiquistas, sinto que o desânimo tomou conta dos meus dias porque me é lícito intuir uma revolta surda entre todos, um desnorteamento pernicioso, uma insatisfação duvidosa. Parece que ninguém se entende e todos desatam a ralhar: com razão? Sem razão? A incerteza é latente e prenuncia maus ventos e nuvens muito negras. 
Não aceito, pois, que me chameis de profeta da desgraça nem de ave de mau agoiro com estas minhas considerações porque quase todos nós andamos perturbados e á deriva, como atrás afirmei. Acreditai que gostaria, á semelhança de outros tempos de verdade e de paz que já vivi, de encarar o começo desta nova época com um sorriso aberto. Adivinho muito improvável que tal aconteça.        
    Também porque um facto é certo e contra factos não se podem esgrimir esperanças. Feliz ou infelizmente já cá ando há muito, como se costuma dizer e quando se vê sempre o mesmo filme, quando se observam sempre os mesmos adereços, quando o que a Casa gasta não é susceptível de se alterar, não se podem prever outras conclusões, diferentes das que sempre aconteceram. Nem sequer é possível esperar as grandes euforias baseadas num cenário limpo quando o mesmo se apresenta sempre eivado dos mesmos vícios de todos os anos, destes últimos trinta anos de medo e repulsa. Prevejo que por alturas do tempo costumeiro lá se irão esfumar todos os entusiasmos porventura expectáveis devido a desempenhos até aí brilhantes, lá se irão acabar todas as esperanças, lá irão murchar todos os sorrisos e mesmo todas as certezas. O final do enredo será sempre o mesmo e tudo terminará mais uma vez numa ilusão desgraçada, regressando ás nossas desprevenidas hostes o azedume e a truculência anteriores. A corja do costume, com bons jogadores, com estivadores ou com maltrapilhos, lá ganhará sempre, nunca se atrasará na classificação, lá se postará no poleiro, inamovível, pegajosa como um escarro, conseguindo, duma forma ou doutra, a realização dos seus criminosos intentos. E o ciclo voltará a começar  outra vez de forma imutável como se fosse riscado a papel químico ou exarado nalguma cartilha de pitonisa.  
Por isso, amigos, entendo eu, sinto eu, não valerá de nada ter esperança, ganhar entusiasmo, prever outros resultados. Amanhã vai começar mais uma saga podre, inútil e forjada. Lá vão começar os roubos acintosos e provocantes, os ataques raivosos dos escribas e fariseus, o ranger dos colmilhos da matilha acirrada, a ignomínia da perseguição do que devia ser Justiça, da impune manipulação dos que têm o poder e o usam para seu inconfessável proveito. São sempre os mesmos predadores, caros amigos.
     Assim, a minha fé é muito diluída. O que me espanta é como alguém pode, vezes sem fim, ano após ano, arquitectar sonhos justos quando sabe que eles vão terminar sempre em dolorosos pesadelos. Só me lembro duma figura dos anais da História que se dispôs a prosseguir sempre, sem canseira, no conformado intento duma alucinada e arreigada paixão; era ele Jacob que no desvario da louca afeição á sua pastora, depois de servir sete anos, não se importava de servir outros sete se a vida não fosse tão curta para tão longo amor. Assim o cantou admiravelmente o nosso excelso Poeta. Só que não vejo, não quero nem desejo que os benfiquistas, no ardente e generoso amor ao seu Clube sejam outros Jacobs e estejam dispostos a esperar tanto, até porque os anos bíblicos, sendo muitos, eram bem menos que os já decorridos desta infame e interminável servidão. 
Mas eu não sou assim tão persistente nem estou disposto a servir tanto tempo.




quarta-feira, 1 de agosto de 2012

OS VERMES


Por motivos de sanidade mental não tenho por costume ver muitos jogos de futebol em canais de televisão portugueses, a não ser por distração ou acaso; foi o que aconteceu hoje quando, por mera acção fortuita, sintonizei, salvo erro a RTP, que nesse momento se preparava para transmitir o encontro de futebol dos jogos olímpicos entre o Brasil e a Nova Zelândia: "… já agora, decidi eu, vou ver um bocado disto pois trata-se, pensei, de um jogo que vai certamente proporcionar comentários "limpos" dos comentadeiros de serviço." Má hora e puro engano! Dali a poucos minutos e no momento em que o Brasil marcou o primeiro golo logo o palrador de serviço, numa incontida euforia e enpolgado como mola comprimida, berrou num êxtase carregado de entusiasmo: "… golo do jogador do FCP, Danilo" e de seguida desbobinou, quiçá para que não ficassem dúvidas, todo o historial da saga desse espantoso atleta nos quadros da Agremiação Corrupta. E ia repisando os pormenores de forma propedêutica para que todo o Orbe percebesse tão inenarráveis façanhas. 
Confesso que me senti maltratado e mesmo violado na minha honra e dignidade de pessoa independente e honesta e pensei cá comigo: como é possível haver gente deste jaez que, como autênticos vermes, exala tão intenso fedor aos mais vomitivos excrementos? O que faz correr estes imbecis ao ponto de exaltarem, vá-se lá saber porquê, tão criminosa, iníqua e miserável Organização? O que pretende essa corja? Qual o motivo que leva esses infelizes a idolatrar e adular caninamente tão perniciosa Estrutura? Quais as vantagens que, sem se compreender, tiram deste seguimento irracional e deprimente? Algum tem de existir, julgo eu, pois não concebo que o culto dedicado a esse Eixo do Mal seja tão cegamente assumido de forma gratuita. São bonifrates sem vergonha possuidores de imaginação tão desmedida que, mesmo a despropósito, procuram sempre trazer á baila o nome da pestilenta pocilga do Freixo, enchendo a boca com espurcas louvaminhas  de adulterados feitos.
Todos esses burgessos que rastejam como repelentes gusanos e cadavéricas larvas pelos meandros de televisões e jornais, sem probidade nem escrúpulos, não se importaria de vender a honra á corrupção e á mentira se alguma vez a tivessem como, mesmo assim, o fazem. Nem os lamento, apenas sinto um profundo nojo por essa desprezível ganga, mais vil ainda que aqueles a quem procura servir. São seres fuliginosos a quem desejo, com a mais lídima sinceridade e sem resquício de falsa contrição, todo o mal que algum dia lhes possa vir a acontecer.