domingo, 20 de novembro de 2011

A CRISE



Estava eu entretido e alheado de toda a ideia da bola quando, a dado momento, recebi no meu telemóvel a mensagem de um amigo a indicar-me que a porcalhada estava a perder por 3-0 com a Académica. Respondi-lhe que nunca fiando pois, mesmo quando as coisas parecem correr mal, essa gente dá sempre a volta por cima; já não, retorquiu, que faltam apenas dois minutos para o jogo acabar. Perante isso fiquei descansado porque a derrota desses bastardos era mais que certa; como foi. Cheio de satisfação fui logo ver o que se estava a dizer nas televisões e numa delas lá estava um certo Rita a chorar baba e ranho por tal cenário ter acontecido: "… que não era normal um clube daqueles perder assim, que era apenas um percalço, que o seu "Papa" infalível saberia em breve reverter a situação, etecetara e tal." Eu próprio fui forçado a analisar o que, na verdade, se estaria a passar com tão indesejada corja, reparando que anda por aí muita gente a proclamar uma grande crise nesse odioso reino, o que acho ser uma funesta ilusão. 
Crise, qual crise? Crise real é a que os ladrões e salteadores da política deste País estão a impor ao desgraçado povo que trabalha e sua. Crise são as nuvens encasteladas que já cobrem de negrume e incerteza o céu da nossa esforçada caminhada, augurando sangue e fome. Mas crise na estrutura do Grémio que chafurda, há que anos, na pocilga da corrupção e exala o fedor da sargeta da vigarice e da trapaça, não o creio. Aí, certamente, não pode haver nem é consentida qualquer crise. Mesmo que não tenham dinheiro procedem como se o tivessem, mesmo perdendo um ou outro jogo, nem sequer  tremem ou acusam mossa e, logo de seguida, surgem mais vigorosos que nunca.
Podem despedir o "pobre" pateta do que dizem seu treinador, - o mais certo e sabido - que noutra equipa seria um acto desastroso, mas nessa quadrilha quase sempre se torna num gesto profícuo e normal. 
Por isso eu não acredito em crise na terra dessa canalha, não embarco em conjecturas improváveis nem me deixo tomar por regozijos infundados. Eles não dão ponto sem nó; podem parecer desnorteados, podem fazer entender que estão de rastos, podem mostrar alguma debilidade que, sem se conseguir explicar bem porquê, dum momento para o outro retomam o trilho do retorcido caminho que percorrem há mais de três décadas. 
É claro e não o nego que só de os ver morder o pó da derrota, embora de forma esporádica, me encho de satisfação; não por vilania minha mas sim porque esses biltres são fautores da mais vil e descarada iniquidade. Por isso, não tenho ilusões nem acredito que os seguidores do diabo possam experimentar qualquer crise. Senão esperem e depois me dirão! 

1 comentário:

Dylan disse...

também não me fio na crise destes trastes. Pisarão sempre alguém para levantarem-se.