domingo, 15 de maio de 2011

TEMPO DE ARREPIAR CAMINHO

Até que enfim! Acabou finalmente este terrífico pesadelo, embora com um despertar entontecido e bocejante que ainda vai manter por muito tempo as almas entorpecidas. Desgraçadamente, porém, ficará registado na História! 
E venho dizer que esta foi uma das mais negras temporadas do Benfica a que me foi dado assistir e que me trouxe inquietação, revolta, humilhação e, sobretudo, incredulidade; é certo, amigos, porque eu sou daqueles, já poucos, que assistiram a toda uma gloriosa epopeia deste mítico Clube, que me encheu a vida de um legítimo orgulho e duma realizada tranquilidade, por sua vez tão descuidada que descambou em mau hábito. Por isso, ainda me tornam mais penosos e frustrantes estes tempos de agora. E o lamento transparece tanto mais profundo quanto mais se antevê a diminuta crença numa fagueira esperança. Isso sim, pois se me afigura que ainda falta beber a derradeira gota de tão amargo cálice.
Entendo que se deve parar para analisar não só todos os possíveis erros da nossa parte, mas também e sobretudo todas as vicissitudes e acontecimentos que condicionaram e deitaram por terra assumidas e, porventura, bem congeminadas estratégias. Porém, muito temo que tudo vá continuar na mesma até á queda final! 
Os responsáveis do Benfica deverão gizar os seus planos com seriedade e empenho com uma das mãos, mas deverão perceber também que será forçoso ter na outra mão uma espada sempre disponível para defender a exequibilidade dessas planificações. Destroça-me o ânimo verificar que, presentemente, o futebol está viciado e em guerra e que os seus jogos e competições se resolvem pelas formas mais estranhas e  adulteradas, mesmo sem o pudor de qualquer lei. Assim, das duas uma: ou se desiste e se passa de largo seguindo, resignada e cobardemente, o caminho da sombra e subjugação da sobrevivência, ou se mantém a vigilância do inconformismo e se faz frente a todas as ciladas e ataques com feroz determinação. 
Parafraseando um título do caro Guachos Vermelhos e que subscrevo, estes são, na verdade, “tempos de ódio e de frustração” que nunca deverão ser adoptados pelo Benfica nem por nenhum dos seus seguidores. É facto por demais evidente que forças malignas e odiosas O estão a tentar aniquilar, não hesitando na utilização de todos os mais diversificados e perversos meios para o conseguirem. Um deles é o da asfixia pela parte económica, boicotando expectáveis êxitos desportivos e anulando, por essa via, os consequentes proventos pecuniários, condicionando ou impedindo mesmo imprescindíveis e vitais investimentos. Já o fizeram, estão a fazê-lo e assim irão continuar. Ora, o nosso Clube, conhecendo a força que tem, deve manter-se alerta e não permitir que alguém possa ir por esse caminho.
Por todas estas razões é que a minha esperança se torna frágil e me faz imaginar que tudo irá continuar na mesma. Ou me engano muito ou, na próxima época, á terceira ou quarta jornada, já estaremos fora da competição. E não me venham com os fúteis palavreados do costume, de pré-épocas mal planeadas, tiros nos pés e quejandos subterfúgios, pois todos sabemos que não é bem assim. Reparemos bem; poder-se-iam admitir erros nossos se a prestação do Benfica se cotejasse com a de todos os  clubes da Liga, mas pergunto: por que razão ela só é fraca e desastrosa em relação a um, apenas a um, determinado Clube?
Será que este fado não vai acabar nunca? 

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