segunda-feira, 4 de julho de 2011

TRABALHO DE EQUIPA

Assisti, há dias, salvo erro numa transmissão de trabalhos da Assembleia da República que, de modo suposto, não deveria ser das bananas mas o é de facto, a uma intervenção do actual ministro das finanças. Nada haveria digno de reparo, não fora o teor bizarro que da mesma eu pude inferir. Afirmava então o dito governante que todos os portugueses e com maior razão os que foram eleitos para nos conduzir deveriam agir e actuar como uma equipa de futebol, segundo percebi sem vedetas, composta, no entanto, por bons guarda-redes que não dessem “frangos” e por bons avançados, aqueles defendendo, estes marcando muitos golos, precisamente para bom desempenho e engrandecimento da respectiva equipa. Como, durante a prelecção, tivessem perpassado burburinhos e cochichos pelas bancadas dos deputados, logo a ilustre figura do orador, num sorriso amarelo e comprometido, entrou numa solicita divagação para garantir ao auditório que as suas insinuações e remoques eram infundados, pois que ele nem sequer era benfiquista. Vejam bem, como se ser benfiquista fosse um crime, uma sarna incomodativa ou uma vergonhosa lepra!  Que mirífico estofo o deste comparsa político!
E pus-me a congeminar em como era possível com gente desta se chegar a qualquer meta segura e com os resultados pretendidos. Lá estava mais um a chafurdar na bacoquice do futebol e, ainda por cima, a renegar e denegrir o Clube que mais se identifica com o povo português que pretendem servir. Pois não dizem que somos milhões, que o Benfica é do Povo, amado pelo  Povo, sendo até ele o próprio Povo? Por isso não compreendo como esta casta política a quem o povo dá jus e sustenta hostilize, de forma gratuita e preconceituosa, esse mesmo Povo, as suas ligações afectivas e as Instituições que preza. 
Tal não lhe interessou ou achou por bem não referir nem se preocupar, mas ao citar ali o futebol, deveria o ministro ter falado apenas no sentido de o moralizar e tornar limpo, de denunciar e corrigir a pouca vergonha das tropelias e manivérsias que certos dirigentes utilizam para fugir ao fisco e que por aí passeiam impunes, na maior das calmas, como se nada fosse com eles. 
Propalam aos sete ventos que os sacrifícios devem ser feitos por todos, mas já se viu a governar algum Povo e a impor-lhe cortes e privações, alguém que receba o ordenado mínimo? Eu, pelo menos, nunca vi. Os ladrões não cortam nada a eles próprios nem fazem sacrifícios, como se constata nos anais da História, com excepção feita a Robin Wood, embora se trate de um mito.
Não fosse o triste significado que tais peripécias e atitudes encerram, nem valeria a pena fazer menção delas, porém, o que magoa e dói é o que se pode entender nas entrelinhas. 
Pobre Benfica a quanto ostracismo foste, obscuramente, votado!

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