domingo, 16 de janeiro de 2011

DIVAGAÇÕES

 Pertenço a uma geração que está a acabar, a mesma dos que fizeram parte daquela primeira e espantosa equipa do Benfica, por isso, sinto-me imbuído dum espírito único de força e orgulho que não deixam desaparecer um legítimo e fundado sentimento de superioridade em relação aos seguidores de outros clubes. Sou daquele tempo em que, quando o Benfica ia jogar, apenas se punha a questão do volume do resultado. 
Julgo saber, no entanto, que as gerações mais novas, muito embora dediquem ao nosso Clube um grande amor e paixão, não entendem bem esta postura dos mais velhos. Muitos aceitam este abaixamento do Benfica como uma situação inevitável, como um sinal dos tempos, chegando mesmo a conformar-se e a apresentar como justificação uma pretensa culpa de nós próprios. Mas nós, os mais antigos, sabemos que não é isso e não aceitamos! 
Muito embora se possam admitir crises e dificuldades em pessoas, instituições e mesmo países, se elas não resultarem da dissolução de valores essenciais que, certamente, levam á ruína, não serão nunca motivo de uma derrocada final. Se analisarmos bem, tendo o Benfica passado por uma longa travessia do deserto, mesmo assim não haveria motivo para o jejum desportivo que a acompanhou. Pela sua grandeza, pela sua estrutura e pelo seu apoio humano, poderia ter quebrado nalgumas épocas mas sem afectar grandemente a normalidade da sua natureza pois,  até há perto de trinta anos atrás e sendo já outras as circunstâncias, mesmo assim, o Benfica continuou igual a si próprio; a ser o Clube sempre dominante e ganhador. 
As duas grandes Instituições de futebol deste País eram o Benfica e o Sporting e as restantes pouco ou nada mudaram em relação ao que, neste momento, são. É evidente que dessas também fazia parte o grémio do Freixo que vegetava na obscuridade do seu bairro, ignorado, pequenino, amorfo. Partindo dessa linha temporal, todos sabem o que aconteceu. Subvertendo tudo e deitando mão de esquemas de trafulhice, de batota, de extorsão, de crime e de guerras que nada têm a ver com futebol ou o desporto, esse dito clube que não é mais que um grupo ao serviço de fins inconfessáveis de gentalha criminosa, conseguiu sair das sombras, aparecendo numa falsa dimensão de notoriedade e grandeza que eles julgam ter conseguido. Porém, quando esse mundo criminoso que os sustenta desaparecer e cair - algum dia será - voltarão á sua verdadeira e insignificante dimensão, podem estar certos. 
Porque a nossa força continua, quiçá mais pujante: basta seguir todos os blogues da gente benfiquista, cheios de energia, dispostos á luta, denunciando atropelos, zurzindo desmandos, transpirando amor e paixão pela nossa causa. É uma glória e um prazer lê-los e consultá-los. 
Fui, há uns anos atrás, até Coimbra para ver um jogo entre a Académica e o Benfica; terminou com um empate a dois golos, dois golos de Eusébio. Apesar disso, foi uma verdadeira festa, regressando a minha casa feliz e contente sem ter perdido aquela sensação de força e superioridade que sempre me acompanhou. 
Por isso, que me perdoe esta gente mais nova se trago arreigada em mim esta sensação de diferença perante os demais, mas ela justifica-se em quem viu jogos de verdadeira fábula entre o Poderoso Benfica e muitos outros, também poderosos, rivais de todo o Mundo.
Poderia essa Corja corrupta levar-nos de avanço os pontos que levasse que, se não fosse a mentira dos métodos que usam, estaria perfeitamente convicto doutro resultado final.


2 comentários:

Unknown disse...

A travessia no deserto não se deveu apenas à agremiação do Freixo. O próprio Benfica autodestruiu-se a partir do momento em que os sócios decidiram meter na presidência um tal de nome Manuel Damásio. A partir daí o Benfica penou até chegar o Vilarinho, que por sua vez também cometeu as suas borradas em termos desportivos, mas foi definitivamente o primeiro pontapé dado na crise. Digam o que quiserem dizer do Luís Filipe Vieira, foi graças a ele que o clube recuperou a sua estabilidade e, lentamente, o seu lugar na história desportiva.

RIVUS disse...

Caro amigo FireHead; absolutamente de acordo consigo. Quero dizer-lhe que fui sempre um crítico acérrimo do Manuel Damásio e de todo o mal que ele fez ao Clube. Nunca disse mal do actual Presidente e se, porventura, tal aconteceu foi apenas por ele, em muitas ocasiões, não ser tão firme e contundente com com os nossos inimigos, como seria de desejar.