quarta-feira, 4 de maio de 2011

FATAL COMO O DESTINO

Quando algo acontece e de que já se está á espera, vai-se ouvindo dizer por aí no falar do povo:  é fatal tal como o destino. 
E, há mais de trinta anos, em todos eles já se espera e se sabe quem vai ser o campeão; de forma crónica, encontrado ou fabricado pelos mais  diversos e estafados meios. Pouco interessa a forma como os ditos “campeões” lá chegam, pouco importa que roubem, pouco importa que usem de violência e da ameaça, pouco importa que utilizem pós e aditivos químicos, pouco importa que tudo seja denunciado, pouco importa como os vencedores são feitos: no fim, está tudo bem, tudo normal, e - é fatal como o destino - todas as vozes proclamam aos sete ventos que o campeão foi justo, foi o melhor, mereceu ganhar; e em todo esse coro desonesto e sórdido dos louvaminheiros alinhados, lá estão também a “cantar” a mesma canção os que antes se indignavam com todas essas trafulhices e desmandos, a grande maioria deles - fatal como o destino -  de inúmeros benfiquistas, como se pode verificar através da leitura de muitos dos seus blogues e, fiquei pasmado por ouvir agora na BTV o Dr. Manuel dos Santos a desdobrar-se em elogios derretidos ao fabuloso jogo da Organização corrupta. Ouço por aí, a torto e a direito - “… foram uns justos vencedores, foram os mais fortes, foram os melhores, praticaram o melhor futebol,  tiveram todo o mérito, et cætara e tal.” Tudo isto, dito assim a frio e fora de um contexto de justiça e de oportunidades iguais, até se poderia tomar como verdadeiro mas, apesar de todos conhecerem muito bem as razões de tal sucesso e de tão superior desempenho, mesmo assim - fatal como o destino - não hesitam em vergar o “cachaço” e ceder ao deprimente beija-mão.
Porque será, porque procederão dessa forma? Será que, após se ter atirado ao chão a toalha do conformismo e do desânimo deixando, por isso, aumentar a distância em pontos na tabela classificativa, depois de se concluir que nada mais poderia ter sido feito, que de nada serviram as reacções e lutas contra a corrupção, apenas restará a triste sina de, ainda para cúmulo, ter de se baixar a cerviz como os escravos acorrentados ao carro dos conquistadores? Miserável e triste fatalidade é esta!
Quando um homem se dispõe a lutar, por muito forte que seja o inimigo, por via disso com reduzidas perspectivas de vencer deve, mesmo assim, manter a sua luta, não deve pensar em tréguas e  continuar, se tiver de ser,  até á morte. 
Já o disse umas quantas vezes: por nada deste mundo, alguma vez ou em circunstância alguma, eu poderia reconhecer um facto desses ou dar quaisquer felicitações a alguém que para singrar na vida tivesse usado o roubo, a extorsão, a afronta, a intimidação, a trafulhice, a mentira, o crime, a violência ou o ódio, por muita arte e engenho que esse alguém despendesse em tal cometimento. 
Por isso eu fico deprimido e revoltado ao ler e ouvir tais insolências que, essas sim, me vão atirando para a fatalidade dum destino que não persigo.


2 comentários:

GuachosVermelhos disse...

Amigo RIVUS não poderia estar mais de acordo.
jamais darei qualquer mérito a quem se impõe por métodos mafiosos, seja ontem, hoje ou no futuro!
O sucesso de hoje está ligado ao passado corrupto e no caso de sucesso (rezo para não acontecer) futuro é fruto dos roubos passados!
Cambada de "lorpas" (expressão do norte) são os benfiquistas que armados em "diferentes" acham o contrário!
Muito se riem os corruptos à custa deles!

Unknown disse...

"Quando um homem se dispõe a lutar, por muito forte que seja o inimigo, por via disso com reduzidas perspectivas de vencer deve, mesmo assim, manter a sua luta, não deve pensar em tréguas e continuar, se tiver de ser, até à morte."

Essa frase resume todo o meu sentimento actual. Espero que o Benfica supere o Braga e na final de Dublin, contra os corruptos do Porto, lute com todas as forças para vencer a Liga Europa.