segunda-feira, 2 de maio de 2011

TER OU NÃO TER HISTÓRIA

De discussões acaloradas e azedas em discussões azedas e acaloradas com os adeptos dos corruptos que enxameiam a terra onde vivo, no Alto Minho, - um verdadeiro ninho deles, portanto - procuro travá-los na sua arrogante euforia e quando se põem a jeito zurzi-los impiedosamente, de boca, entenda-se.
É costume, no Domingo de Páscoa, o chamado Compasso visitar as casas das famílias crentes que desejem receber a Cruz, muitas delas apenas para, quanto mais não seja, dar cumprimento á forte tradição destas festividades. Eu não fugi á regra e, após a respectiva cerimónia caseira e também como de costume, o padre e seus acompanhantes foram convidados a beber um cálice de vinho fino e a comer algum dos diversos doces  disponíveis em lauta e enfeitada mesa. Na conversa que, entretanto, se estabelece, o sacristão, homem simples e ingénuo, já avô, meu amigo de longa data,  benfiquista declarado e de emblema na lapela do casaco, chamou-me a atenção para a situação pouco feliz que se verifica no nosso Clube. Entretanto, o padre, um rapaz ainda novo, reparando na nossa conversa, foi-se metendo nela tentando, em jeito de piada, apoucar o sacristão, facto que logo o desmascarou em relação a qual era o seu clube de simpatia. E foi perorando alguns dislates, entre eles que o acólito só podia ser benfiquista porque no tempo da sua meninice a tal fora obrigado pelo regime da outra senhora, que a BTV era deprimente por só tecer elogios ao Clube e dizer mal dos outros, que o Benfica nada era e que só vivia da sua História passada, que o Costa Corrupto devia estar nos altares, tão grande homem ele era. Por uma questão de educação fui ouvindo todos esses e muitos mais disparates sem intervir, porém, quando o ouvi mencionar tão sinistra figura, mesmo assim e como convinha ainda com bastante cortesia, não me contive e repliquei ao inconveniente clérigo:
— Sr. padre, deve saber que a História é parte importante  da essência de qualquer Povo ou mesmo Organização e, assim sendo,  é normal que o Benfica invoque e respeite a sua e se orgulhe dela, a divulgue e engrandeça. A nossa história é cheia, grandiosa e limpa, mas sabe uma coisa? O seu clube nem sequer tem  História …
—Tem sim senhor, retorquiu ele: tem estes últimos trinta anos nos quais ganhou mais troféus do que o Benfica em todos os da sua existência.
Dei um salto pelo desaforo do remoque e encarei-o de frente:
—Já lhe disse, o seu Clube não tem qualquer História, mas se considera essa que cita como História, vai mal porque a ser dessa forma será uma História suja e indigna, uma saga de ignomínia e corrupção, um amontoado de malfeitorias e crimes, apenas podendo ser considerada como uma mancha na existência do seu Clube, nódoa essa tão entranhada que, por muito que façam, nunca conseguirão diluir, muito menos limpar. Quanto á honorabilidade do seu presidente, suponho que o sr. padre só pode estar a mangar comigo.
Fez que consultou o relógio e chamando o sacristão que sorria escarninho, ordenou-lhe:
— João, vamos indo que temos ainda muitos fregueses para atender.
Despediu-se e saiu, enquanto o monaguilho ia retinindo com estridência a campainha festiva.


3 comentários:

Fidalgo disse...

Não tenho dúvidas que Cristo até sorriu quando pôs o padre na linha.

Unknown disse...

Infelizmente hoje em dia existem muitos padres que não são padres, mas sim padrecos. Uns tristes padrecos que não têm mínima formação teológica nem bíblica. O modernismo é veemente condenado pela Igreja, mas a grande e porca verdade é que ele está no próprio seio da Igreja e em particular nesses padrecos que não prestam para nada excepto para denegrirem a imagem da instituição divina da qual pertencem. Acaso não sabe esse padreco que o dragão simboliza o Demónio que também é conhecido por Satanás? Acaso não sabe ele que o dragão é a antiga serpente, da raça de víboras que tem uma inimizade sangrenta estabelecida com os filhos da descendência da Mulher? Não sabe esse padreco que o dragão é um símbolo das culturas pagãs desde o Ocidente até ao Oriente? Um católico de verdade jamais pode ser portista por muito que o corrupto-mor do Pinto da Costa se espume e se babe todo e de boca cheia dizendo que é católico convicto e que apela frequentemente à Justiça Divina! Já que a justiça mundana não faz o que lhe compete, pois então que seja a Justiça Divina a encarregar-se de lhe dar aquilo que ele há muito anda a pedir... e quanto mais cedo, melhor!
O lixo que dá pelo nome de FC Porto é o Mal que urge ser combatido à força toda. E esse padreco também há-de ter o que merece porque a Justiça Divina não falha, ainda que possa tardar.

RIVUS disse...

Não posso estar mais de acordo consigo, caro FireHead mas sabe, por uma questão de educação, procurei parar por ali. Duvido que esse padre conhecesse bem a essência da mensagem bíblica das inimizades entre o dragão e a Mulher. Também, como se depreende do Génesis, ambos tiveram descendência e haveria confrontos entre ambas. É o que se vê, pois a dessa encarnação do Mal aí está bem activa, espalhando todo o ódio que lhe queima as entranhas.Mas da mesma forma e como reza a Escritura, a Mulher esmagará a cabeça da serpente.
É o que, fatalmente, vai acontecer um dia que espero seja o mais breve possível.