sábado, 12 de fevereiro de 2011

O MEDO VAI-SE PERDENDO

Li hoje a entrevista que o Presidente do Marítimo, Carlos Pereira, deu ao jornal A BOLA na qual, entre muitas coisas, diz o que toda a gente já sabe há muito: que a Organização de Malfeitores do Futebol do Porto se serve das pessoas como de guardanapos de limpar os beiços. Espantar-me-ia se fosse um facto pouco comum mas, como tudo é feito e vem sendo feito ás claras e sem qualquer pudor, já nada me surpreende. Contudo, cotejando-as com ideias e posições assumidas por este indivíduo em tempos não muito distantes, permito-me duvidar da sinceridade destas suas presentes declarações.
    Outrossim o que, na verdade, se torna espantoso é o facto de uma Agremiação provinciana e obscura, que antes de ser comandada pelo biltre que ainda hoje a continua a dirigir não era mais que a terceira das últimas, ter granjeado um poder tão maléfico e amedrontador que lhe confere o luxo de manipular tudo e todos sem sofrer as mais leves consequências. Grande perplexidade é esta que só se pode explicar pela demissão e condescendência dos poderes legítimos, o judicial, o político e o desportivo, de um País adiado e á deriva, sem lei nem valores, como este em que vivemos. Esses poderes, de duas quatro: ou sentem medo, o que não creio, ou colhem supostos benefícios que, no meu entender só podem ser míseros pratos de lentilhas, ou são coniventes com o banditismo, o que creio, ou nutrem um ódio irracional e vesgo pelo Benfica, o que se torna ainda mais perverso. 
Com isto, sim, me espanto; como toda essa gente que deveria ser o garante da justiça e da legalidade se dobra desta maneira ao poder dum troca-tintas tão pouco recomendável. Porque, para mim e ao contrário do que muitos pensam, tal indivíduo não passa de um ser nojento e asqueroso, de um bacoco de província, analfabeto com pretensões a erudito, desprezível como cidadão, mentor da falência de uma chafarica de fogareiros, condenado por corrupção e batota desportiva e que, quer queiram quer não, deixará para sempre estampado na história do Clube que diz representar o ferrete da ignomínia e da indignidade. Muito estranhos e insondáveis são os mistérios destas atitudes! Estou a ver esse patifório como o sanguinário Deus Moloch dos Amonitas que, embora aparentasse ferocidade e incutisse grande pavor, lhe bastou apenas a simples sacudidela dum cego e debilitado Sansão para o precipitar fragorosamente nas ruínas da destruição. Estou convencido de que, se não houvesse tanta cobardia, já há muito que esse ídolo de barro teria sido reduzido ás cinzas da memória.
O Presidente do Marítimo falou claro e para quem o quis ler e ouvir, denunciou com provas, mas eu pergunto: e daí? Que vai acontecer? 
Nada, absolutamente nada! Porque já ninguém tem vergonha!

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