domingo, 14 de novembro de 2010

AS TREVAS DA IGNOMÍNIA

     A luz clara e transparente da verdade que, há muitos anos já e remontados á minha infância, me foi iluminando a vida, parece ter-se apagado e enchido de trevas os caminhos deste meu desgraçado País. Na política foi a precipitação no abismo, na justiça a ignomínia, no desporto a cultura da mentira, da trafulhice, da desonra, da violência e mesmo do crime. Surgiu e foi-se alastrando como  vaga ingente que tudo submergiu, que abafou consciências, que dobrou vontades e esmagou todos os que se recusaram a vergar a cerviz da dignidade. Entre esse miserável rebanho está a dita imprensa desportiva. Pelo que diziam alguns, o jornal A BOLA seria uma excepção, pois parecia resistir ainda á maligna infestação das ervas daninhas da corrupção. Porém, pela aragem que há muito lhe tinha percebido, eu verificara que também esse jornal  se encontrava já contaminado pela estrutura das trevas e, assim sendo, nunca mais lhe passei os olhos por cima, mesmo quando estava ali á mão, amarrotado, nas mesas ou no chão dos cafés. E foi, precisamente, por ter lido as escrevinhaduras desse tal Victor Serpa que concluí ser ele um admirador, um convertido á fé desse demoníaco e asqueroso ogro que superintende ameaçadoramente no tenebroso império do Mal e lhe tenha vendido a alma. Não o entendo nem concebo, por isso  fico estarrecido, o facto de tantas e tantas vontades e consciências se entregarem, aparentemente fascinadas,  a tão tenebrosa dominação, preferindo o opróbrio da ignomínia  ao orgulho de uma consciência independente. A BOLA,  á semelhança de outros jornais, de há muito que, superficialmente e em capas aparentemente amigáveis, já chulava o Benfica e depois, nas páginas interiores, traiçoeira e cobardemente,  o ia denegrindo e apunhalando pelas costas. A mim nunca enganaram. A afamada e nobre Tradição, bem como os fundadores desse jornal, se tal lhes é consentido lá onde se encontram, devem estar a vomitar a vergonha da infâmia ou, na melhor das hipóteses, a revolverem as ossadas dentro dos seus túmulos.  Como me conheço,  percebo que sou uma pessoa íntegra e gostaria que também Leonor Pinhão, Fernando Seara e Sílvio Cervan, os quais considero, se solidarizassem com os censurados GATOS e abandonassem esse vergonhoso antro. Mas, como não somos todos iguais, é-me llícito duvidar. Referindo o mentor desta canalhice afirmo que, para mim, esse indivíduo é um dos seres mais repugnantes e sórdidos de que tive conhecimento até hoje, bem á semelhança do seu amo e senhor por quem, suponho, caninamente daria a vida!   Na verdade, quanto mais não vale respirar o ar puro da decência do que as fétidas emanações do lodaçal do crime, quase sempre, apenas e só, a troco de  um mísero prato de lentilhas!

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