quinta-feira, 25 de novembro de 2010

MISÉRIA E TRISTEZA

Mas o que é isto? O que se está a passar? Será que esta gente não terá vergonha? 
Não tem porque os chorudos ordenados, quer produzam ou não produzam, quer joguem bem quer joguem mal, continuam a entrar-lhes nos bolsos, de forma despudorada, com toda a regularidade. Mas eu sinto vergonha e muita!
Quando se perde a dignidade, perde-se tudo!
Pobre Benfica que até já treme perante um qualquer Beira-Mar moribundo! 
E eu interrogo-me: valerá a pena continuar a apoquentar a vida e, como se diz, a gastar cera por causa de tão ruim defunto?
Não me venham dizer que estou a atacar o Clube numa hora má porque, infelizmente, não se trata apenas de um mau momento e sim de um estado crónico que não há meio de ser revertido. Fui dos que acreditei que, após a prestação do passado recente, se tinha, finalmente, entrado na normalidade do bom caminho. Puro engano! Voltou-se àquela fatalidade duma amarga descrença. 
Nova derrota com uma equipa das mais fracas da Liga dos Campeões e logo por números absolutamente escandalosos, do meu ponto de vista. O Benfica destes tempos é um clube perdedor, desmotivado, abúlico, sem ambição e muito doente. E eu pergunto: de que serve dizer que é grande, sério e universal se a vil raça o continua a tratar de forma displicente  com escárnio e desprezo, com injúria e ódio - sobretudo com um profundo ódio? Triste sina esta e penoso tempo este para se ser benfiquista!
Torna-se evidente que tal situação provocou em mim um estado de alma de  conformismo tal que já nem sequer me desperta grandes emoções, apenas desinteresse e cada vez mais tristeza. E é muito mau quando se perde a fé, sobretudo numa crença inabalável e cega.
Fico-me por aqui, porque seria despropositado dizer que o Benfica deveria ter  uma equipa para a eternidade, pelo simples facto de que não existe nenhuma empresa humana que possa ser construída para a eternidade. Bastava-nos ter, isso sim, uma equipa para a Europa.
Mas vamos lá a ver: há factores neste contexto que dificilmente podem ter uma explicação racional. Perturba-me, humilha-me e faz-me sentir vergonha como benfiquista, perceber como uma equipa, que ainda há poucos meses encantava toda a gente com exibições e resultados magníficos, sofreu tão abruptamente e sem razão aparente, uma queda tão brusca e fatal no abismo da vulgaridade.
Será lícito procurar culpados? Certamente que sim, que existem culpados. A culpa será de muitos factores: incompetência, falta de risco, irresponsabilidade, laxismo, pouco profissionalismo, exageradas remunerações para tão pouco esforço despendido. 
Contudo, eu não quero apontar o dedo a ninguém, nem mesmo tal será pertinente.
Na verdade, o descalabro já vem de trás e a probabilidade de uma vitória em Israel, creio eu, já nem sequer era convictamente esperada pelos benquistas, mas eu pretendo falar apenas por mim.
Agora, volto a dizer aquilo que sempre afirmei: quando se joga com uma equipa de putos, de rapazinhos argentinos, uruguaios, brasileiros e quejandos, por natureza imaturos sem noção da realidade, sem garra, sem experiência, não se podem esperar grandes cometimentos. O tango pode ser muito belo mas é lá na terra das pampas, o samba para lá do Morro, porque aqui na cultura europeia, habituada a outras danças mais rudes, não resulta. Para tal torna-se necessário adquirir instrumentos próprios para tocar a música europeia e, como disse, se houver pessoas inteligentes e com verdadeira dedicação ao Clube para formar essa orquestra, até nem será preciso deitar mão de recursos impossíveis. Não quero dizer que em tal conjunto não possa ter lugar um ou outro violino dessas paragens sul-americanas, mas só integrado no resto do conjunto. Atente-se em que, até as equipas mais débeis da Liga dos Campeões, como este Apoel, demonstram uma garra e uma estrutura muito mais consistente.
Por isso, se o Benfica quer jogar na Europa terá de construir uma equipa para a Europa.







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