terça-feira, 1 de março de 2011

A CONTABILIDADE DA BATOTA

Ontem o Benfica teve de se empenhar arduamente  e de apelar a energias que, pelos vistos não tinha, para conseguir vencer um adversário que se apresentou no estádio da Luz de forma determinada e sabendo ao que ia. Resumindo: veio, efectivamente, competir e muito bem. Fizesse-o sempre dessa forma em todos os jogos e contra todos os adversários. Mas então onde está o espanto? Está em que existe no campeonato português um raro fenómeno competitivo que a determinado clube nenhum outro ousa sequer defrontá-lo com atitude  leal e decidida. 
E porquê? Façamos contas. A Liga portuguesa é composta por 16 equipas que jogam entre si 30 desafios num total de 90 pontos. Dessas 16, á excepção do Guimarães em parte e do Benfica na totalidade, todas as restantes prestam, cobardemente, vassalagem ou colaboração ao Clube da Organização criminosa do Porto e, dessa forma, lhe garantem de mão beijada 78 do total desses pontos. Aos outros 12 duvidosos de obter, são aplicadas diversas soluções mais enérgicas. Está a ver-se que, nesta ordem de ideias, o Grupo dos malfeitores consegue vitória sobre vitória, conquista sempre os campeonatos que pretende, sem esforços, sem sobressaltos, com toda a facilidade.
Toda e qualquer competição deve ser praticada de forma sã, com alegria e dignidade, respeito pelo adversário e com aplicação rigorosa das suas normas. E que vemos nós? Tudo precisamente ao contrário. Enquanto o grupo do Freixo pratica, sem pejo, todos os desmandos nas competições onde entra, a imoralidade e a injustiça, a ladroagem e a extorsão, as ameaças e a violência, a iniquidade e a perseguição, o jogo sujo e criminoso, os outros clubes, a braços com inúmeras dificuldades para sobreviver, são presa fácil e cedem vergonhosamente, as mais das vezes por um mísero prato de lentilhas. E então como é possível competir em tão fétido lodaçal? Se determinado rival afrouxar a sua competitividade por motivos  fundados e naturais, nada haverá a censurar. Porém, quando esse enfraquecimento é propositado, resultante de uma combinação, motivado por aliciamento e intimidação ou forçado pela prepotência, tornar-se-á num crime; o que é o caso!
Quando, há muitos anos atrás, se começava já a notar o poder da tenebrosa Organização dos malfeitores do futebol do Porto, nem eu nem ninguém poderia pensar que ela atingiria o maléfico poder que hoje impunemente exibe. Comandada desde o início por um ser abominável, torpe e sem escrúpulos, ela vai subvertendo e cobrindo todo o desporto deste País com as sombras negras da corrupção e da mentira. No admirável filme  A LISTA DE SCHINDLER existe uma cena que muito me chocou: o narcisista e alucinado comandante do campo de concentração, julgando-se um deus com poder discricionário, quando o puto não conseguiu limpar o sarro entranhado no esmalte da banheira e com temerosa humildade, cabisbaixo e de boné amarfanhado nas mãos, lhe pedia desculpa, deixou-o sair com toda a naturalidade em direcção á parada e depois, qual senhor da vida e da morte, abateu-o desprezível e friamente com vários tiros, como se estivesse praticando um desporto. Se os serviços noticiosos daquela Organização nazi tivessem de relatar o acontecimento, certamente o classificariam, com fina ironia, como um vulgar acto de gestão. Este aterrador personagem personifica outro que, salvaguardados os devidos contextos, ainda se mantém operante. A Estrutura a que preside, essa  é que vai actuando em moldes sinistramente parecidos.
Este jogo com o Marítimo se tivesse ocorrido contra os residentes do covil do Freixo e se as dificuldades que o Benfica experimentou se mantivessem, estou certo de que, passada meia hora, estaria resolvido. Porque as regras do futebol são tão ambíguas e permissivas que qualquer “apitador”, se quiser e lhe der na gana ou estiver até mal disposto, poderá anular todos os golos que uma determinada equipa vier a marcar,  meia ou mesmo uma dúzia que seja. E, ao contrário, pode arranjar esquemas que levem um dos contendores a fazer golos embora jogando muito pouco. 
O treinador do Clube da Madeira, indecorosa e acintosamente, não respeitou sequer, nas suas declarações no fim do jogo, o esforço, o brio e a dignidade do seu adversário. O que o fará correr?
Andam os benfiquistas a proclamar com insistência que se não deve desistir e se deve lutar até ao fim. Mas eu não alinho nessa ideia porque a questão do título é uma falsa questão. Houve até alguém que escreveu que, no jogo de ontem, o Benfica esteve á beira do KO; mas não há tal porque o KO já nos foi dado há muito tempo. Tudo o mais será esgrimir contra moinhos e tentar atrasar estoicamente o inevitável. Neste caso presente, não desistir é uma bravata inútil á luz da realidade. Quando uma equipa, para conseguir os seus objectivos, tiver de jogar sempre o dobro ou muito mais que os adversários, essa circunstância já significará, por si só, uma grande fraude e imoralidade. Este campeonato não é uma competição livre e sim um verdadeiro campo de concentração onde uma poderosa Organização criminosa dita as suas leis e tudo planifica ao pormenor em função dos seus obscuros interesses. 
Parabéns ao nosso glorioso Benfica que não é eterno porque teve princípio, mas é quase eterno porque nunca terá fim.


1 comentário:

Unknown disse...

Quem eu espero que tenha um fim - e rápido - é o líder da agremiação assumidamente corrupta do Porto. E eu não sou de desejar a morte a ninguém...
Cada vez gosto mais do futsal. Não porque somos os melhores, mas é porque (ainda) não há lá corrupção.